CPI do IPTU: respostas de depoentes citam participação de dois ex-servidores que estão presos
Outro contribuinte que deu depoimento à CPI nesta sexta-feira (12) contou que conhece Maicon Douglas de Araújo, que foi preso na operação do Ministério Público e Polícia Civil, desde que o ex-servidor era criança.
Ele estava com problema no IPTU de 2 imóveis. Em 4 anos, a dívida tinha chegado em R$ 17 mil. Ele sabia que tinha direito a um desconto, mas, segundo ele, “ninguém na Prefeitura o dava atenção”.
Então, o Maicon entrou em contato com ele, dizendo que iria resolver o problema, contou à CPI. O ex-servidor preso teria passado a dívida de R$ 17 mil para pouco mais de R$ 7 mil. Como ainda estava pesado, ele conseguiu fazer por R$ 6,7 mil.
No ano seguinte, o depoente contou que teria feito um novo pagamento, cujo valor não lembrava. Ele ainda contou que o ex-servidor se colocou à disposição para regularizar a propriedade e chegou a pedir R$ 39 mil pra fazer esse processo, mas ele disse que não teria o dinheiro.
Ele disse que pagou porque estava desesperado para acertar, mas queria pagar o que era justo.
MAIS DEPOIMENTOS
Uma vendedora e um citricultor também foram ouvidos e afirmaram que teriam sido enganados por um outro ex-servidor preso na Operação Parasitas, chamado Samuel. A mulher contou que não tinha nenhum imóvel no nome e quando foi pegar um dinheiro na conta bancária dela, percebeu que estava bloqueada. Ela contou ao namorado, o citricultor, que procurou o Samuel para ajudá-lo a resolver essa questão. Conseguiram descobrir que se referia a um imóvel no Parque dos Sabiás, que não tinha escritura e nunca recebeu IPTU.
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Por telefone, Samuel teria dito que precisava pagar uma dívida de R$ 1.100 e que faria por R$ 900 para pagamento à vista. Samuel propôs que ele fizesse o pagamento e o contribuinte pagaria para ele, já que estava no sítio, contaram à CPI. Em dois dias, a conta bancária da contribuinte foi desbloqueada. Eles informaram que não pediram recibo da transação, mas saiu a certidão de quitação.
CORRETOR
Outro depoente, um empresário, disse fez pagamentos em espécie a um corretor de imóveis que cuidada de seu IPTU e que era seu amigo, chamado “Beto” – cerca de R$ 8 mil. E no fim do dia, uma médica e pastora evangélica também prestou depoimento, já que o imóvel que ela mora aparece na lista de suspeitos. Ela disse que comprou a casa no final de 2020 e que as dívidas anteriores de IPTU eram de responsabilidade do antigo dono. Afirmou ainda que pediu para um “irmão de fé” de sua comunidade religiosa, chamado Genivaldo, ver para ela na Prefeitura se o imóvel tinha dívidas pendentes.
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