Murilo Félix critica gestão da saúde e cobra eficiência: “Ninguém me liga para avisar, só para pedir aumento de contrato”
Ele também falou sobre a necessidade de modernização na rede pública de saúde
O prefeito de Limeira (SP), Murilo Félix, fez duras críticas à atual estrutura da saúde pública no município, destacando a fragmentação da gestão como um dos principais entraves à eficiência no atendimento. A declaração foi feita em entrevista ao programa Meio Dia nesta terça-feira (24), em que o chefe do Executivo abordou os desafios enfrentados pela administração municipal na prestação de serviços de saúde e cobrou mudanças urgentes.
“Pessoal fala que cachorro com muito dono morre de fome. É mais ou menos isso que está acontecendo aqui na saúde de Limeira”, afirmou o prefeito. Segundo ele, a Prefeitura delega a gestão para uma organização, que por sua vez terceiriza novamente os serviços, criando uma cadeia que dificulta a identificação de responsabilidades.
Félix apontou como exemplo os postos de saúde da cidade, onde, em muitos casos, coexistem contratos distintos com a organização Humanitária, com o consórcio Cismetro e com servidores públicos municipais. A situação, segundo ele, confunde até mesmo os profissionais da área, que muitas vezes não sabem a quem devem se reportar.
“Isso tem que mudar. Não vai ser do dia pra noite, mas temos que ouvir os servidores que estão sobrecarregados e acumulando funções. É difícil identificar quem é o responsável em cada caso”, disse. Ele também garantiu que pretende visitar os postos de saúde pessoalmente para ouvir os relatos dos profissionais e mapear os principais problemas.
No Hospital Humanitária, segundo Félix, foi relatado que alguns médicos estavam alocados em contratos com empresas terceirizadas, o que gerou dúvidas sobre quem realmente administra esses profissionais. “Para o munícipe, isso não importa. O que importa é que a solução seja encontrada”, destacou.
Um dos trechos mais enfáticos da fala do prefeito ocorreu ao abordar a gestão do contrato com a Humanitária. Ele criticou a falta de comunicação e afirmou que só tem sido procurado para demandas relacionadas a reajustes no contrato, e não para tratar de problemas operacionais.
“Ninguém liga pra mim para poder me avisar das coisas. Estão me ligando só pra poder pedir pra poder aumentar o contrato”, reclamou. “Em todos os casos, eu digo o seguinte: se quer me cobrar, se quer que a prefeitura pague mais, a minha parte enquanto prefeito é cobrar o quê? Eficiência”, enfatizou.
Murilo Félix também falou sobre a necessidade de modernização na rede pública de saúde. Defendeu o uso de tecnologias como inteligência artificial para análise de filas, telemedicina e descentralização dos atendimentos para evitar sobrecarga em unidades específicas, como o Hospital Humanitária.
“Hoje, tem outras formas de trabalho. Dá pra descentralizar a saúde e melhorar a comunicação entre os postos e o hospital. Tem gente que poderia ser atendida na UPA ou no posto mais próximo, mas vai direto ao hospital porque falta integração”, avaliou.
Por fim, o prefeito disse que continuará acompanhando de perto as denúncias que recebe, inclusive por meio de seu WhatsApp, e prometeu novas visitas às unidades de saúde. “A saúde de Limeira não pode ficar para trás. A minha obrigação é cobrar eficiência e buscar soluções que acompanhem a evolução da área da saúde no Brasil e no mundo.”
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