Padre de Limeira vai à delegacia para explicar igreja aberta na Sexta-Feira Santa
Fiscalização da Prefeitura entendeu que presença de 20 pessoas na igreja caracterizaria manifestação coletiva, o que é vedada por decreto estadual
O padre Júlio Barbado, pároco da Igreja Jesus Cristo Bom Pastor, do Jardim do Lago, em Limeira, compareceu à delegacia nesta sexta-feira (2), depois que fiscais da Vigilância Sanitária da Prefeitura irem ao templo. Os agentes entendiam que o fato de a igreja estar aberta e com cerca de 20 pessoas dentro, causava aglomeração. A igreja tem capacidade para cerca de 800 pessoas. Como houve discordância no entendimento das normas em vigor, as partes foram para a delegacia para a apreciação do delegado William Marchi, que estava de plantão.
A discussão girou em torno do fato do artigo 2 do decreto 65.563 do governo do Estado, restringir a manifestação coletiva da fé. Porém, a legislação permite que as igrejas, templos e espaços religiosos permaneçam abertos para a manifestação individual. Segundo o religioso, todas as normas sanitárias vigentes estavam sendo respeitadas, como, por exemplo, o distanciamento social e o uso de álcool em gel. Mas, no entendimento da fiscalização, seria necessária a entrada de uma pessoa por vez no templo e que a presença de diversas delas, já caracterizaria a “manifestação coletiva“.
Em conversa com a reportagem da Educadora, o delegado plantonista explicou que o decreto não deixa claro que seria permitida a entrada de apenas uma pessoa por vez. “O padre nem estava lá. Chegou depois. Não estava acontecendo nenhuma missa”, disse. Diante disso, o religioso deu sua versão e foi embora. Não sei o que vai ser feito no âmbito administrativo, mas crime não houve nenhum”, afirmou o delegado. A Prefeitura de Limeira não se manifestou sobre o ocorrido.
A Diocese de Limeira emitiu uma nota oficial sobre o episódio. Veja o que diz o comunicado.
No inicio da tarde desta Sexta-feira Santa, 2 de abril, padre Júlio Barbado, pároco da paróquia Jesus Cristo Bom Pastor, de Limeira, foi conduzido à delegacia, por livre e espontânea vontade, para dar esclarecimento sobre o fato da igreja estar aberta neste dia.
Acreditamos ter havido um mal-entendido por parte das agentes municipais da Vigilância Sanitária, pois, no momento da visita à igreja, não havia aglomeração, fato esclarecido pelo padre Júlio em seu depoimento ao delegado de plantão.
Importante ressaltar que o decreto do governo estadual para esta fase emergencial do Plano São Paulo estabelece que estão suspensas as missas presenciais, evitando, assim, aglomeração de pessoas, contudo não impede que as igrejas fiquem de portas abertas para que os fieis que desejarem, principalmente em um dia tão significativo para todos os católicos, possam ter momentos de oração, sempre respeitando as normativas estabelecidas pelas autoridades sanitárias.
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