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Praça com dezenas de caramujos incomoda moradores no Parque Real, em Limeira

Um telespectador procurou a Educadora nesta quarta-feira (24) para contar que já encontrou diversos desses animais e que teme que possa contrair doenças


Por Ana Paula Rosa Publicado 24/11/2021
Foto: Reprodução

A Praça Isaura da Silva Bagnoli, na rua Dário Prada, no Parque Real, em Limeira, está com dezenas de caramujos africanos e incomoda moradores. Um telespectador procurou a Educadora nesta quarta-feira (24) para contar que já encontrou diversos desses animais e que teme que possa contrair doenças.

“Esse bicho transmite doenças graves. Não podemos deixar se espalhar pela cidade”, disse o morador.

Procurada, a secretaria de Saúde informou que enviará uma equipe da Divisão de Vigilância de Zoonoses até o local para avaliar a situação e tomar as medidas necessárias. A Zoonoses explicou que, antes de passar qualquer orientação sobre o assunto, prefere analisar o problema.

O QUE É CARAMUJO AFRICANO?

Um animal sem predador natural, que libera de 200 a 500 ovos de uma só vez e transmite doenças. Esse é o caramujo africano, presente em jardins e terrenos, e que impõe um grande desafio para ser eliminado.

De acordo com informações da prefeitura de Santos, que valem para todos os outros municípios, a remoção do animal pode ser feita por qualquer adulto, desde que esteja com luvas e calçados fechados. O caramujo deve ser depositado em um saco plástico preto grosso, só na sequência deve ser aplicado sal grosso ou refinado no animal. O objetivo é para desidratá-lo e consequentemente, levá-lo à morte.

No entanto, após a eliminação do caramujo o trabalho não termina, pois ele pode ter depositado seus ovos na terra, que eclodem a partir da combinação de calor e chuva. Por isso, a presença de caramujos é persistente em alguns locais.

PREVENÇÃO

Os caramujos sobem e descem muros, atravessam a rua, ou seja, se deslocam no meio urbano de forma a encontrar um lugar aterrado para sobreviver e depositar seus ovos. Alguns ovos também podem ser depositados por pássaros, embora seja uma possibilidade mais remota. Passar cal no muro é uma forma de prevenção ao animal, já que a cal também o desidrata.

Para evitar o reaparecimento, é necessário fazer a catação manual dos ovos. Sempre utilizando luvas, deve-se revolver a terra e retirá-los – são bolinhas em tom amarelo claro, quase branco. Esses ovos devem ser colocados em um saco plástico e quebrados.

Em grandes terrenos, é mais comum os proprietários contratarem empresas de desinsetização para remover o animal a partir do uso de pesticidas usados para o controle de moluscos, mas que contaminam o solo, de forma a não ser possível uma plantação em curto prazo, por exemplo.

O caramujo africano pode transmitir duas doenças: a meningite eosinofílica e a estrongiloidíase. O verme Angiostrongylus cantonensis, causador da meningite eosinofílica, pode se tornar parasita do caramujo africano de duas formas: penetração direta no corpo do molusco ou pela ingestão de fezes de roedores contaminadas. A infecção em humanos ocorre quando é feita a ingestão do muco (gosma) que o caramujo libera para facilitar o seu deslizamento. Por isso, é tão importante lavar e deixar de molho as hortaliças.

A doença tem evolução benigna, mas com sintomas que podem durar de dias a meses: distúrbios visuais, dor de cabeça forte e persistente, febre alta, e sensação de formigamento, queimação e pressão na pele. Nem sempre ocorre rigidez na nuca, como em outros tipos de meningites.

Já a estrongiloidíase é causada pelo verme Strongyloides stercoralis, que pode penetrar na pele do ser humano, atingindo os pulmões, traqueia e epiglote, e depois migrando para o sistema digestivo, tornando-se parasita do intestino. Os sintomas mais comuns são tosse seca, dispneia ou broncoespasmo, edema pulmonar; diarreia, dor abdominal; podendo ser acompanhada por anorexia, náusea, vômitos, dor epigástrica.

Em sua forma grave, a estrongiloidíase apresenta febre, dor abdominal, anorexia, náuseas, vômitos, diarreias manifestações pulmonares (tosse, dispneia e broncoespasmos e, raramente, hemoptise e angústia respiratória). Quando não tratada, pode levar à morte.

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