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Limeira registra o menor nº de partos de adolescentes da última década

Em 2019, foram registrados 363 nascimentos de bebês cujas mães têm entre 10 e 19 anos


Por Renata Reis Publicado 07/02/2020
Foto: Pixabay

Em 2019, o número de partos de adolescentes em Limeira, com idades entre 10 e 19 anos, foi o menor da última década. O dado foi revelado pela Secretaria Municipal da Saúde à Educadora na semana que o governo federal lançou campanha para reduzir a gravidez na adolecência e houve polêmica com a fala da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que admitiu que trabalhava a indicação da abstinência como uma política pública de prevenção.

No ano passado, foram registrados 363 partos de adolescentes em Limeira. No ano anterior, foram 391. Em 2017, foram 411 partos nesta faixa-etária. Em 2016, foram 410. Em 2015, 457. No ano de 2014, Limeira teve 491 partos de adolescentes, mesmo número registrado em 2013. Em 2012, foram 486. Em 2011, foram 462 e, em 2010, foram 458 partos.

O acesso cada vez mais facilitado a métodos anticoncepcionais, e também à informação, pode explicar a gradativa redução da gravidez na adolescência em Limeira, tendência também verificada em outras regiões. A Educadora vai abordar o tema com especialistas na próxima semana.

TENDÊNCIA

No lançamento da campanha Tudo Tem seu Tempo, com o objetivo de educar jovens sobre sexo e gravidez na adolescência, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, falou da diminuição dos números [de gravidez indesejada] de 15 a 19 anos no Brasil em 40%. Mas, na faixa etária abaixo de 15 anos, de 2000 a 2016, o número da gravidez infantil permaneceu no mesmo patamar. Nada mudou.

Sobre a orientação de abstinência, Mandetta afirmou que o assunto foi muito discutido internamente e que a orientação educativa para evitar a gravidez infantil deve ser o foco da ação do governo. “O que se diz para uma criança assim [abaixo de 15 anos] a não ser ‘tudo tem seu tempo’? Não é idade de medicalizar, de interferir. A discussão é complexa”, concluiu.

De acordo com nota publicada pelo ministério, a medida é tida como política complementar e faz parte de um pacote de “medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na adolescência”.

TUDO TEM SEU TEMPO

“Estamos construindo um plano nacional de prevenção do sexo precoce. Essa ação é só o começo. Existem consequências graves, físicas e emocionais para o sexo antes da hora. Vamos fazer cartilhas, vamos para as escolas mostrar arte, música. Vamos cuidar das ‘novinhas’, e não apenas chamá-las para o sexo”, afirmou a ministra Damares.

No lançamento da campanha, a ministra afirmou ainda que as ações contam com embasamento de estudos realizados por especialistas de diversas áreas e que são focadas nos melhores interesses dos jovens. “Os jovens e adolescentes são seres pensantes. Eles não são guiados apenas pelo instinto sexual. Acreditar nos jovens é essencial”, concluiu.

O programa faz parte da Semana Nacional de Prevenção à Gravidez Precoce, criada pelo presidente Jair Bolsonaro em janeiro de 2019. A mensagem estimula o adiamento de relações sexuais e orienta jovens a dialogar com a família e a procurar unidades de saúde antes de iniciar uma vida sexual ativa.

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