Casa Branca é ‘retardada mental’, diz presidente do Irã
Também nesta terça, um secretário do governo iraniano afirmou que o país vai deixar de cumprir mais compromissos assumidos no acordo internacional sobre seu programa nuclear
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, chamou a Casa Branca de “retardada mental” nesta terça-feira (25), afirmando que as novas sanções anunciadas pelo americano Donald Trump contra o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, são um sinal de desespero.
Também nesta terça, um secretário do governo iraniano afirmou que o país vai deixar de cumprir mais compromissos assumidos no acordo internacional sobre seu programa nuclear.
A tensão entre os países vem crescendo desde que Washington se retirou, no ano passado, de um acordo nuclear firmado com Teerã e outras potências em 2015. Nesta segunda-feira (24), Trump assinou uma ordem executiva com sanções econômicas contra Khamenei e outras autoridades.
Em um discurso transmitido pela televisão estatal, Rouhani disse que as novas sanções vão falhar, porque Khamenei não possui nenhum ativo fora do país. “As ações da Casa Branca significam que é retardada mental”, afirmou. “A paciência estratégica de Teerã não significa que a gente tenha medo.”
Em 8 de maio deste ano, o Irã anunciou que deixou de respeitar dois compromissos do pacto e deu um ultimato de dois meses aos signatários europeus para ajudar a reverter as sanções impostas pelos EUA, ameaçando deixar de cumprir mais pontos do acordo.
Nesta terça, segundo a agência de notícias iraniana Fars, o secretário do Conselho Supremo Nacional de Segurança do país, Ali Shamkhani, afirmou que o Irã vai dar novos passos para reduzir mais compromissos a partir do dia 7 de julho.
Shamkhani disse que está “cansado da insolência” dos europeus e que eles não fizeram o suficiente para salvar o pacto.
Em maio, quatro petroleiros da Arábia Saudita –aliada americana– foram atacados, e os EUA afirmaram que era provável que o Irã fosse o responsável. No início deste mês, dois navios petroleiros sofreram ataques no estreito de Hormuz. Os EUA culparam o Irã, que negou a autoria.
Na quinta (20), o Irã abateu um drone espião americano que, segundo a versão do país, sobrevoava espaço aéreo internacional. Mas Teerã afirma que a aeronave estava em espaço aéreo iraniano.
Em resposta, Trump chegou a ordenar ataques aéreos contra o país, mas mudou de ideia no último minuto ao ser informado de que 150 mortes poderiam ser causadas. Ele considerou a resposta desproporcional à derrubada do drone.
Em vez de um ataque convencional, o revide americano veio em forma de uma ofensiva cibernética que desabilitou sistemas computadorizados iranianos usados para controlar lançamentos de mísseis e foguetes. Contudo, o Irã considerou tais ataques um fracasso.
Os EUA afirmam não querer entrar em guerra. Trump disse estar aberto a conversas com líderes iranianos, mas Teerã rejeitou tal oferta a menos que Washington abandone as sanções.
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