França e Reino Unido anunciam multas para quem estiver sem máscara
Os governos que exigiam o equipamento de proteção para frear a transmissão do coronavírus eram dez em meados de março e hoje superam 130 nações
Motivo de vexame público no Brasil, onde um desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo humilhou um guarda civil após ser multado em Santos, o uso obrigatório de máscaras é comum na Europa desde que o coronavírus se espalhou pelo continente, em março deste ano.
Segundo acompanhamento feito pelo britânico Imperial College, 84% dos espanhóis, 83% dos italianos, 63% dos alemães e 53% dos franceses dizem usar as máscaras sempre que saem de casa.
Determinações de uso do equipamento de proteção foram mantidas na Alemanha, na Bélgica, na Grécia e na Espanha, e a regra acaba se ser ampliada na França: a multa para quem entrar em lojas sem nariz e boca cobertos será de 135 de euros (mais de R$ 830), a mesma já cobrada no transporte público.
A nova regra francesa vale também para bancos, mercados cobertos e qualquer estabelecimento público fechado.
No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson apareceu na semana passada com um modelo de tecido elástico azul royal para anunciar que, a partir de sexta-feira (24), usar máscaras será obrigatório dentro de lojas no país, com multa de 100 libras (cerca de R$ 680).
Os governos que exigiam o equipamento de proteção para frear a transmissão do coronavírus eram dez em meados de março e hoje superam 130 nações (mais 20 estados americanos), segundo o grupo de pesquisadores Masks4All.
“Noventa e cinco por cento da população global vivem em países em que as autoridades defendem as máscaras para reduzir a transmissão do vírus”, diz o site da entidade, que afirma que os locais em que o uso em público é obrigatório são os que apresentam redução no número de novos casos da doença entre a primeira e a terceira semana de junho: uma queda de 25%, contra aumento de 84% onde as máscaras são apenas recomendadas.
Cientistas concordam com a conclusão das autoridades, ao menos a julgar pela revisão bibliográfica publicada pela revista britânica The Lancet. Os autores ressalvam que são necessários experimentos randomizados, mas, com base em 172 estudos observacionais em 16 países e seis continentes, concluem que proteger o rosto em locais públicos ajuda a controlar a pandemia.
O levantamento do Imperial College mostra que nos países nórdicos da Europa, onde há orientação para o uso, mas não obrigatoriedade, a porcentagem dos que aderem ao cuidado se inverte: dizem nunca usar máscaras 85% dos suecos, 83% dos finlandeses e 80% dos noruegueses.
Na Bélgica, as máscaras eram obrigatórias desde maio no transporte público e, a partir deste mês, devem ser usadas em lojas e shopping centers, cinemas, teatros, casas de shows, locais de culto, museus e bibliotecas.
O governo belga comprou máscaras de tecido para todos os residentes no país: um membro de cada família pode retirar as suas em qualquer farmácia, mostrando a carteira de identidade.
Em Bruxelas, a comuna de Ixelles envia para cada um de seus moradores um envelope com duas máscaras brancas de tecido, um pacote de material filtrante (para ser colocado dentro da máscara) e um folheto de orientações.
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