Jovenel Moïse, presidente do Haiti, é assassinado em Porto Príncipe
O primeiro-ministro do país, Claude Joseph, pediu à população "que se acalme" e afirmou que "a situação da segurança no país está sob o controle da Polícia Nacional haitiana e das Forças Armadas do Haiti"
O presidente do Haiti, Jovenel Moïse, foi morto em um ataque à residência oficial do governo na capital Porto Príncipe, anunciou nesta quarta-feira (7), o primeiro-ministro do país, Claude Joseph. O premiê afirmou também que a primeira-dama, Martine Moïse, levou um tiro e está hospitalizada Joseph afirmou em um comunicado que “um grupo de indivíduos não identificados, alguns dos quais falavam em espanhol, atacou a residência privada do presidente da República” por volta da 1h e “feriu mortalmente o Chefe de Estado”.
O premiê pediu à população “que se acalme” e afirmou que “a situação da segurança no país está sob o controle da Polícia Nacional haitiana e das Forças Armadas do Haiti”. “Todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a continuidade do estado e proteger a nação”.
Na madrugada desta quarta-feira, as ruas estavam quase vazias na capital do país caribenho, mas algumas pessoas saquearam negócios em uma área da cidade.
Moïse vinha enfrentando forte oposição de setores da sociedade que consideravam seu mandato ilegítimo. Nos últimos quatro anos, por exemplo, devido à pressão política, o país teve sete primeiros-ministros e uma nova troca estava programada. Joseph estava seria substituído esta semana após três meses no cargo.
CRISE POLÍTICA
A instabilidade política no país se acentuou nos últimos meses após as autoridades haitianas terem frustrado uma “tentativa de golpe” de Estado contra o presidente, que teria sido alvo de um atentado mal sucedido em fevereiro.
Na ocasião, mais de 20 pessoas foram presas durante a suposta tentativa de golpe, entre eles o juiz do Tribunal de Cassação – maior instância da Justiça haitiana – Ivickel Dabrésil e a inspetora geral da polícia nacional, Marie Louise Gauthier. “O juiz organizou um complô para dar um golpe de estado para desestabilizar o país”, disse o ministro da Justiça, Rockefeller Vincent.
“Agradeço ao responsável pela minha segurança e pela do palácio. O sonho dessa gente era atentar contra minha vida. Graças a Deus isso não ocorreu. O plano foi abortado”, disse Moïse na ocasião.
A oposição negou uma tentativa de golpe, mas há meses pressionava pela renúncia de Moïse e pela nomeação de um presidente interino para um período de transição – um dos cotados para ocupar o cargo era justamente o juiz Dabrésil.
Moïse governava o Haiti sem o controle do Legislativo desde o ano passado e dizia que ficaria no cargo até 7 de fevereiro de 2022, em uma interpretação da Constituição rejeitada pela oposição. Para eles, o mandato do presidente havia terminado em 7 de fevereiro deste ano.
Para além da crise política, os raptos para resgate têm aumentado nos últimos meses, refletindo a crescente influência de grupos armados no país. O Haiti também enfrenta pobreza crônica e catástrofes naturais recorrentes. (Com agências internacionais)
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