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Abuso infantil: EUA chamam investigadores de SP para curso sobre o combate do crime

Policiais vão explicar como agem as organizações criminosas por trás da pedofilia e quais as maneiras mais atuais de combatê-las


Por Fernando Covre Publicado 06/08/2024
Abuso infantil EUA chamam investigadores de SP para curso sobre o combate do crime
Foto: divulgação Polícia Civil

A Agência de Investigações de Segurança Interna, da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, convocou dois investigadores do estado de São Paulo para ministrar um curso sobre o combate ao abuso infantil.

Todo ano há atualizações da maneira de investigar os abusadores. Dessa vez, os alunos vão aprender mais sobre as diferentes formas de abuso, como fazer uma investigação minuciosa na internet e, principalmente, sobre a organização criminosa por trás do abuso infantil e a rentabilidade que os integrantes conseguem por meio disso. 

Formado em engenharia da computação, o investigador Jorge Domingues, que atua na região de São José do Rio Preto, conta que foi uma honra ser chamado para ser “multiplicador de conhecimento” e treinar policiais do Brasil e da América Latina para proteger crianças. 

“Meu parceiro e eu fizemos esse treinamento e logo começamos a dar resultado, com operações e prisões de diversos criminosos, tudo isso porque conseguimos adaptar a nossa legislação com as ações policiais. Logo depois, o pessoal da embaixada nos chamou. Fomos treinados novamente e começamos a dar essas aulas de dez dias anualmente”, revelou.

Neste ano, o curso será realizado entre 21 e 31 de agosto, no Rio de Janeiro. Nos primeiros dias, as aulas são teóricas, focadas na informática e no sistema usado pela polícia. Nos demais, os professores fazem os alunos trabalharem em casos reais para que possam praticar. Depois disso, eles são avaliados.

Jorge contou, ainda, que já entrou na polícia em busca de otimizar o trabalho voltado ao meio tecnológico. Em 2016 começou a trabalhar na inteligência da Polícia Civil, onde conheceu o seu parceiro, Hericson dos Santos. Os dois fizeram o treinamento promovido pelos Estados Unidos de proteção de crianças e, após conseguirem resultados com ações feitas no estado de São Paulo, foram convidados a tornarem-se professores. 

Os policiais também são afastados todo ano para passarem um período no país norte-americano, tendo treinamento com a equipe do setor de investigação para se atualizarem acerca das ações de combate à pedofilia. “Hoje o Brasil é o segundo maior país de combate ao abuso infantil do mundo. Isso é graças ao trabalho que fazemos aqui, graças ao Estado de São Paulo que nos permite fazer toda essa dinâmica”, mencionou.

Do consumismo para algo rentável

Conforme os investigadores, hoje em dia há uma organização criminosa que consegue lucrar com o abuso infantil. Os dois já trabalharam em um caso no qual os pais foram presos por vender fotos da filha. 

Jorge afirmou que agora “é necessário ver o abuso infantil como algo além do consumismo”. Ele ainda alertou que os celulares podem ser uma “moeda de troca” nas mãos das crianças, sendo necessário que os pais sempre fiquem atentos com quem os filhos falam e por onde navegam na internet.

“Esse ano nós vamos falar das formas como o abuso pode ocorrer, do que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente, da organização criminosa que atua com isso, e da lavagem de dinheiro, porque o foco dos envolvidos é monetização”, completou.

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