Caso Sophia: acusados de matar a própria filha são julgados nesta quarta
Pais respondem por homicídio qualificado com quatro agravantes; bebê foi morta por asfixia, segundo laudo da perícia
O Tribunal do Júri de Limeira (SP) inicia, nesta quarta-feira (6), o julgamento do casal acusado de matar a própria filha, Sophia Vitória Susan Vivoda, de apenas 2 anos, em setembro de 2023. A sessão, presidida pelo juiz Fábio Augusto Paci Rocha, julga a jovem de 25 anos e o companheiro, de 37, pelo crime de homicídio qualificado com quatro agravantes: motivo fútil, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e o fato de ela ser menor de 14 anos.
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O CASO
O crime veio à tona em 28 de setembro de 2023, quando a criança foi levada por uma vizinha e pela mãe à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Parque Abílio Pedro, em Limeira. Segundo os relatos iniciais, a menina teria passado mal em casa. No entanto, ao chegar na unidade, os profissionais constataram o óbito e perceberam que o corpo já apresentava rigidez cadavérica.
A mãe alegou que a filha estava doente havia dois dias e que, naquela manhã, ela ficou “molinha e gelada”, motivo pelo qual decidiu procurar atendimento médico. Ainda afirmou que teria buscado ajuda na UPA também no dia anterior. No entanto, a informação foi desmentida pela unidade, que confirmou à Polícia Civil que o último atendimento à criança havia ocorrido em 1º de agosto.
Inicialmente tratado como morte suspeita, o caso mudou de rumo após a divulgação do laudo necroscópico, que apontou que a bebê morreu por asfixia, causada por estrangulamento. Com isso, a mãe passou a ser a principal suspeita, já que afirmou estar sozinha com a criança no momento da morte.
Dias depois, já presa temporariamente, a mulher mudou sua versão. Ela declarou que segurou os braços e as pernas da filha enquanto o pai a esganava. Segundo a acusada, o homem teria chegado em casa “alucinado” pelo uso de drogas e determinado que ela imobilizasse a menina. Além do estrangulamento, ele teria desferido um soco nas costas da criança. O acusado, por sua vez, sempre negou participação e afirmou ter saído para o trabalho por volta das 8h daquela manhã, sendo informado da morte apenas no horário do almoço.
Diante das versões conflitantes apresentadas pelo casal, inclusive durante uma acareação realizada pela Polícia Civil, a promotora do caso, Débora Bertolini, solicitou a prisão preventiva de ambos.
O homem foi preso em 20 de outubro de 2023, em uma clínica de recuperação para dependentes químicos localizada na Rodovia Engenheiro João Tosello (SP-147), que liga Limeira a Mogi Mirim. Na investigação, a Polícia descobriu que a mãe mentiu ao afirmar que havia levado a filha à UPA no dia anterior ao crime.
Conforme trecho da denúncia apresentada pelo Ministério Público, a versão do pai de que saiu de casa por volta das 8h e ainda se despediu da filha foi descartada pelas provas, já que nesse horário, segundo a promotoria, a bebê já estava morta. A afirmação da mãe de que os dois participaram das agressões foi, segundo a acusação, confirmada por outros elementos do inquérito.
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