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Fuzis apreendidos em operação no Rio foram fabricados em Santa Bárbara d’Oeste

Armas de guerra produzidas no interior paulista e mineiro chegavam ao Rio e a outros estados; operação é considerada a maior apreensão de fuzis já registrada em favelas


Por Redação Educadora Publicado 03/11/2025
Fuzis apreendidos em operação no Rio foram fabricados em Santa Bárbara dOeste
Foto: Foto: Rafael Campos/Governo do RJ

A megaoperação da Polícia do Rio de Janeiro revelou um sofisticado esquema de fabricação e tráfico de armas que abastecia o Comando Vermelho e outras facções criminosas em vários estados do país. A investigação, mostrada neste domingo (2) pelo Fantástico, da TV Globo, expôs a existência de fábricas clandestinas em Santa Bárbara d’Oeste (SP) e Belo Horizonte (MG) capazes de produzir milhares de fuzis por ano.

A ofensiva policial no Complexo do Alemão resultou na maior apreensão de fuzis em uma única ação em favelas: ao menos 91 armas de guerra, muitas com calibre capaz de atravessar coletes e paredes.

Segundo a Polícia Federal (PF), Rafael Xavier do Nascimento fazia o transporte dos armamentos de São Paulo para o Rio e áreas controladas por milícias. Ele foi preso na Via Dutra com 13 fuzis. No telefone dele, mensagens indicavam contato direto com os receptores das armas.

Na fábrica em Santa Bárbara d’Oeste, a PF encontrou cerca de 150 fuzis prontos e 30 mil peças, além de máquinas industriais de alta precisão usadas para montar até 3,5 mil armas por ano. O local funcionava sob o disfarce de uma empresa de peças aeronáuticas, registrada em nome do piloto Gabriel Carvalho Belchior, que está foragido e teve o nome incluído na lista da Interpol.

As investigações apontam ainda que Belchior enviava fuzis desmontados dos Estados Unidos ao Brasil dentro de caixas de piscinas infláveis. Outro núcleo da quadrilha, comandado por Silas Diniz Carvalho, preso em 2023, operava uma segunda linha de montagem em Belo Horizonte, com ajuda da esposa, Marcely Ávila Machado.

A Polícia Federal estima que o grupo tenha fornecido cerca de mil fuzis a facções do Rio, incluindo as que atuam no Complexo do Alemão, na Rocinha e na Maré, além de organizações na Bahia e no Ceará.

Os mais de 90 fuzis apreendidos na operação ainda passarão por perícia. Pelo menos 25 deles são do modelo AR-15, calibre 5.56, o mesmo tipo fabricado nas oficinas clandestinas desmanteladas pela PF.

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