Homem que atropelou ciclista em Limeira se apresenta na delegacia
Idoso alegou não ter visto o corpo na via e disse que só percebeu o atropelamento ao ver um carro passar por cima da vítima. Delegada apura possível omissão de socorro
Horas após o atropelamento que tirou a vida do ciclista Paulo César de Souza, de 42 anos, no Jardim Cavinato, em Limeira (SP), um aposentado de 67 anos se apresentou espontaneamente à polícia. O idoso compareceu ao 3º Distrito Policial (DP) na tarde da terça-feira (5), acompanhado de uma advogada, e afirmou ter tomado conhecimento da morte pela imprensa.
Segundo o depoimento, ele dirigia de volta para casa após deixar a filha no trabalho. O trecho onde ocorreu o acidente, de acordo com o condutor, é escuro e conhecido por movimentação de tráfico de drogas, o que o leva, por costume, a passar mais rapidamente pelo local. Ele declarou que não viu o ciclista caído na via, mas relatou que parou o carro mais à frente ao perceber a gravidade do que havia ocorrido. O homem contou que presenciou o momento em que outro veículo, uma Volkswagen Parati, passou por cima do corpo e que, em seguida, começou a se sentir mal e foi embora.
As imagens analisadas pela Polícia Civil até o momento confirmam que não havia sinalização na pista ou qualquer alerta visual que pudesse indicar a presença de alguém ferido. A delegada responsável pela investigação, Talita Navarro, informou que, até agora, o idoso pode ser investigado por omissão de socorro, mas ressaltou que a apuração ainda está em estágio inicial.
Além do aposentado, outros envolvidos no caso também foram ouvidos pela Polícia Civil. O motorista da Parati, de 47 anos, disse que ficou distraído com a movimentação de um ônibus e suspeitou que o coletivo estivesse sendo alvo de assalto. Ele afirmou que não viu o corpo por causa da falta de iluminação.
O motociclista, de 32 anos, que também passou por cima da vítima, declarou que ouviu gritos de uma mulher, mas que só percebeu o atropelamento após cair da moto. Ele teve escoriações e recusou atendimento médico. A mulher que gritou foi identificada como uma testemunha que também foi mencionada pela motorista do ônibus.
A condutora do coletivo, de 56 anos, relatou que viu o corpo e a bicicleta no chão e gritou pedindo socorro aos passageiros. Ela afirmou que tentou alertar os demais motoristas usando sinais de luz e a buzina do ônibus, mas acredita que o veículo não foi abordado por receio de que estivesse sendo assaltado.
A investigação também ouviu um sobrinho de Paulo. Ele contou que havia conversado com o tio momentos antes do acidente, e que o ciclista parecia estar bem e seguia para o trabalho. Paulo César de Souza morava próximo ao local onde foi atropelado.
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