Homem que deixou esposa tetraplégica é condenado a 23 anos de prisão
Além da tetraplegia, a vítima também não consegue falar. Ela se comunica apenas com o movimento dos olhos e expressões pontuais do rosto. Ao saber da sentença, Cidnéia teria sorrido, segundo a irmã da vítima.
Emerson Henrique de Souza, de 28 anos, suspeito de tentar matar a esposa, foi condenado pelo tribunal de júri da 1ª Vara Criminal de Londrina (PR). A auxiliar de enfermagem Cidnéia Aparecida Mariano, de 34, sobreviveu à asfixia praticada pelo então companheiro, em 2019, mas ficou tetraplégica após o crime. A pena fixada foi de 23 anos, quatro meses e 10 dias de prisão em regime fechado.
O resultado do julgamento, que iniciou na manhã da sexta-feira (5), ocorreu por volta das 21h. A família da vítima esperava pela sentença na área externa do Fórum de Londrina. O júri condenou Emerson em todos os crimes apontados em denúncia apresentada pelo MP (Ministério Público) do Paraná: ameaça, lesão corporal e tentativa de feminicídio, com agravante de motivo torpe e de forma cruel.
Além da tetraplegia, a vítima também não consegue falar. Ela se comunica apenas com o movimento dos olhos e expressões pontuais do rosto. Ao saber da sentença, Cidnéia teria sorrido, segundo a irmã da vítima.
Para a família, apesar do “alívio” com a condenação, o tempo de pena fixado demonstra ser desproporcional às sequelas que a vítima carregará até o fim da vida.
Defesa quer pena menor
A advogada Nayara Andrade Vieira, que atuou na defesa de Emerson, considerou a condenação “justa”, mas avaliou que vai recorrer em segunda instância para diminuir a pena.
Marido não aceitava fim do casamento
A tentativa de feminicídio aconteceu em 8 de abril de 2019. Ambos viviam um relacionamento conturbado, de acordo com denúncia do MP do Paraná, o que levou Cidnéia buscar o fim do casamento. A tentativa gerou a revolta do então companheiro. Ele a asfixiou e a deixou em uma estrada rural de Londrina ao imaginar que a vítima estivesse morta.
A asfixia impediu o cérebro de Cidnéia de receber oxigênio, causando a perda total dos movimentos das pernas e dos braços, além de problemas neurológicos que impedem a fala, segundo a família.
Os parentes dizem que além de deixar Cidnéia tetraplégica, Emerson destruiu a família. A vítima tem quatro filhos, hoje possuem idades entre 5 e 18. Eles se dividiram entre casas de parentes.
O MP do Paraná ingressou com denúncia contra Emerson ainda em 2019 pelos crimes de lesão corporal, ameaça e tentativa de feminicídio.
A defesa pedia que Emerson não fosse julgado por tentativa de feminicídio. Isso, em tese, poderia diminuir a pena porque os crimes de ameaça e lesão corporal possuem punições menores. O júri negou a reivindicação. O réu está preso desde a semana do crime.
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