Justiça mantém prisão de Morcegão, acusado de tráfico de drogas
Segundo as investigações, ele ocupa o posto de "Torre" de uma facção criminosa na região
A Justiça de São Paulo negou o pedido de liberdade de Rogério Faria da Silva, conhecido como “Morcegão”, apontado como um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Limeira (SP). A decisão foi emitida pela juíza auxiliar Isabel Cristina Barreira, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), em despacho datado de 22 de janeiro. O caso tramita em sigilo.
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“Morcegão” foi preso em 26 de dezembro de 2024, quando desembarcava de um cruzeiro no Porto de Santos. A prisão temporária foi decretada pelo Plantão Judiciário de Limeira, atendendo a pedido da Polícia Civil, com aval do Ministério Público (MP), por supostas práticas de tráfico de drogas e associação ao tráfico. Segundo as investigações, ele ocupa o posto de “Torre” do PCC na região, o que significa que exerce controle sobre o crime organizado em Limeira.
A defesa do investigado argumenta que a prisão foi baseada em dados extraídos do celular de outra pessoa, levantando questões sobre a legalidade do uso dessas provas e alegando violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa. Os advogados sustentam que não há evidências de que “Morcegão” tivesse conhecimento dos entorpecentes encontrados em Limeira e destacam que ele é empresário, com domicílio fixo e atividades lícitas. Por isso, solicitaram a substituição da prisão por medidas cautelares.
No entanto, a magistrada considerou que não houve irregularidades na prisão e destacou a necessidade de desarticular o comando financeiro e organizacional do PCC. “O objetivo das prisões era a quebra da cadeia de comando de uma relevante organização criminosa, composta por diversos membros de alto escalão do PCC, além de sufocar financeiramente estas organizações”, afirmou no despacho.
Na última semana, a Justiça prorrogou a prisão temporária de “Morcegão” e outros investigados, com base em novos elementos da investigação. A operação realizada pela Polícia Civil resultou na apreensão de mais de meia tonelada de cocaína de alta pureza, avaliada em até R$ 80 milhões no mercado, além de R$ 270 mil em espécie. Também foram apreendidos telefones celulares, que ainda aguardam análise de dados.
Como parte das investigações, a Polícia Civil de Limeira realizou, no último dia 15 de janeiro, a “Operação Ostentação”, que cumpriu ordens judiciais relacionadas a crimes de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. A ação resultou no sequestro de bens de alto valor, incluindo imóveis, uma propriedade rural, uma lancha equipada com dois motores V8 e duas motos aquáticas avaliadas em R$ 300 mil.
Segundo as autoridades, “Morcegão” utilizava esses bens para ocultar os lucros obtidos com atividades ilícitas, como parte de um esquema de lavagem de dinheiro. O mérito do habeas corpus solicitado pela defesa ainda será analisado pelo colegiado do TJSP.
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