Pai agride professor após filha relatar assédio sexual em Cosmópolis
Vídeo feito por um aluno, e compartilhado com amigos, mostra o momento em que o professor, de 45 anos, mas cuja identidade não foi revelada, é agredido pelo pai da adolescente
O pai de uma aluna de 14 anos agrediu um professor após a filha relatar ter sido assediada sexualmente pelo docente durante a aula em uma escola de Cosmópolis. A agressão aconteceu dentro de uma sala de aula da Escola Estadual Lídia Onelia Kalil Aun Crepaldi, na segunda-feira (6).
Um vídeo feito por um aluno, e compartilhado com amigos, mostra o momento em que o professor, de 45 anos, mas cuja identidade não foi revelada, é agredido pelo pai da adolescente. Nas imagens é possível ver o pai agredindo o docente com socos. Na tentativa de separar a briga, outro professor também é atingido com um soco e cai no chão. Nesse momento, o pai pega uma cadeira e agride mais uma vez o professor acusado de assédio sexual.
Minutos depois, duas mulheres entram na sala de aula e pedem para os alunos deixarem o local. O vídeo é interrompido. Toda a agressão foi presenciada por dezenas de estudantes.
Um boletim de ocorrência de assédio sexual e um de lesão corporal foram registrados na delegacia da cidade.
À polícia, o pai da adolescente, que não teve o nome divulgado, relatou que, na manhã de segunda, a filha teria mandado mensagens para a mãe, através de um aplicativo de conversa, relatando que havia sido vítima de assédio pelo professor e que não queria permanecer na escola.
Ao saber do caso pela esposa, o homem foi até a escola, entrou na sala de aula e passou a agredir o professor.
Após as agressões, a Guarda Civil foi chamada para controlar a situação. Os professores feridos foram levados para um hospital da cidade, onde passaram por atendimento médico e liberados, na sequência.
O pai da adolescente foi levado para a delegacia para prestar depoimento. Ele foi liberado após ser ouvido.
Na tarde de terça (7), a adolescente e os pais foram novamente à delegacia para prestar um novo depoimento.
Ainda segundo a Polícia Civil, a família relatou que essa não teria sido a primeira vez que a adolescente se queixava de assédio sexual por parte deste professor e o caso já foi relatado à direção da escola.
Ainda segundo relato da família, o professor costumava passar a mão no cabelo das garotas e dizer palavras obscenas. O professor deverá ser ouvido nos próximos dias.
Em nota, a Secretaria de Estado da Educação disse que repudia toda e qualquer forma de assédio dentro e fora do ambiente escolar, assim como a agressão. E acrescentou que está apurando os fatos e rescindiu o contrato com o professor em questão.
“A Pasta esclarece que o professor envolvido apresenta docência temporária e já foi notificado sobre a rescisão do contrato. No momento, ele está afastado por licença médica”, diz o comunicado.
“A equipe do Conviva, programa de convivência e segurança da Seduc-SP, foi acionada para dar suporte à comunidade escolar e o caso foi registrado no Placon, sistema do programa que tem como principal objetivo monitorar a rotina das escolas da rede estadual. A unidade escolar também colocará à disposição da aluna a assistência do Programa Psicólogos na Educação, se for autorizado por seus responsáveis”, afirma a nota.
Sem a identificação do professor, a reportagem não conseguiu encontrar sua defesa. O espaço segue aberto para manifestação.
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