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Pará transfere 30 líderes de facções criminosas após descobrir grande plano de fuga

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, destacou a ação em seu perfil no Twitter indicando que a transferência "desarticulou a organização criminosa e preveniu possível rebelião prisional".


Por Folhapress Publicado 24/06/2019
Foto aérea do Complexo Penitenciário de Santa Izabel (Thiago Gomes/Ascom Susipe)
O Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, transferiu na madrugada de sexta-feira, 21, trinta detentos de presídios do Pará para unidades federais. A ação teve apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) e ocorreu a pedido do governo do Estado, após a descoberta de um plano de fuga em massa – envolveria ao menos 400 detentos do Complexo de Americano, em Santa Izabel do Pará.

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, destacou a ação em seu perfil no Twitter indicando que a transferência “desarticulou a organização criminosa e preveniu possível rebelião prisional”.

Segundo as informações divulgadas no site do governo do Estado, a fuga estava programada para o sábado, 22, e era articulada pelos 30 detentos transferidos, supostos líderes de facções criminosas.

O plano foi descoberto pela Polícia Civil e pela Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará, que identificaram e obstruíram um túnel de oito metros de profundidade e 40 de comprimento.

Em coletiva de imprensa, o governador Helder Barbalho (MDB) informou que a ação teria “repercussões em outras unidades prisionais, nas ruas e também em serviços e áreas públicas”.

O deslocamento dos supostos líderes seria parte de uma estratégia desenvolvida para que se evitasse episódio semelhante ao ocorrido no Ceará em janeiro, indicou o governador.

Em meio à crise de segurança pública no Estado, 23 presos ligados ao Comando Vermelho fugiram da Cadeia Pública de Pacoti. Segundo Barbalho, também foram tomadas medidas de saturação dentro do presídio.

As investigações que ainda estão em andamento, afirmou o governo Barbalho apontou, no entanto, durante entrevista, que os presos seriam líderes de “atuações envolvendo violências ostensivas no Estado e tráfico de drogas”.

De acordo com o governo, as articulações dos detentos seriam uma resposta a uma portaria instituída no início de junho que impediu a entrada de alimentos nas unidades prisionais, fora as refeições servidas regularmente.

Barbalho indicou que a permissão facilitava visitas a burlarem os sistemas fiscalização, fazendo assim com que telefones celulares chegassem aos detentos. Ele afirmou ainda que processos de escaneamento foram reforçados no presídios.

As medidas teriam motivado “esta reação e esta tentativa de desestabilização do sistema carcerário paraense”, disse o governador.

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