Vídeo mostra policial jogando gás lacrimogêneo em residência após morte de jovem
O artefato foi jogado em uma residência localizada na mesma via em que Rafael Aparecido de Souza, 23 anos, foi morto com um tiro no peito.
Um vídeo gravado por um morador mostra o momento em que um policial militar joga uma bomba de gás lacrimogêneo dentro de uma casa, logo após um jovem ter sido morto em uma ação da PM, na madrugada de domingo, em São Mateus (zona leste).
As circunstâncias sobre a morte do rapaz são investigadas pela Polícia Civil e Corregedoria da PM.
As imagens mostram mais de dez PMs se concentram em frente a uma casa da região. Dois policiais se posicionam nas laterais do portão da garagem, quando um terceiro joga a bomba.
O artefato foi jogado em uma residência localizada na mesma via em que Rafael Aparecido de Souza, 23 anos, foi morto com um tiro no peito.
Por conta da morte do jovem, moradores da região organizaram um pequeno protesto. “Mas em poucos minutos, o bairro encheu de policiais, que começaram a dispersar nossa manifestação”, disse o tio de Souza, o metalúrgico Rogério Souza, 43.
Após a dispersão do grupo, Rogério afirmou que os policiais viram um morador na garagem de casa. “Esse rapaz tem problemas mentais. A polícia o chamou, mas ele entrou sem dar ouvidos aos policiais”, relatou. Por conta da negativa do homem, ainda segundo o metalúrgico, os policiais jogaram a bomba dentro da casa.
Uma criança de 8 anos, que mora no local, foi levada por Rogério ao hospital São Mateus. “Ela passou mal e chegou a vomitar”, afirmou o metalúrgico. Segundo familiares, a criança passa bem.
O coronel da reserva da Polícia Militar e especialista em segurança pública, José Vicente da Silva Filho, afirmou que as imagens “não são suficientes” para se tirar conclusões sobre a ação dos policiais. Ele acrescentou que bombas são usadas pela PM para se dispersar multidões, em momentos de agressividade coletiva. “A utilização deste tipo de artefato é muito restrita. Para ela ser feita é necessária a anuência de um superior”.
Para o uso da bomba em ambiente fechado, o coronel disse ainda que isso é feito em casos de “criminosos entocados”. Filho afirmou que a responsabilidade da ação será cobrada do policial com maior graduação, responsável em autorizar o arremesso da bomba.
Resposta A SSP (Secretaria da Segurança Pública), gestão João Doria (PSDB) afirmou que “todas as circunstâncias” da ação policial são apuradas por meio de Inquérito Policial Militar. A morte do jovem é investigada pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).
A Ouvidoria das policiais abriu um procedimento para acompanhar o andamento das investigações.
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