Bolsonaro critica governos e prefeituras por ‘projetos ditadores’ contra Covid
O presidente também criticou os que, segundo ele, não priorizaram a economia
Ao visitar obras da pista do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou as medidas de prefeitos e governadores contra o coronavírus, chamando de “projetos ditadores nanicos que apareceram pelo Brasil afora”.
Bolsonaro afirmou que foi chamado de ditador, mas que “alguns governadores fecharam rodovias federais, como o Pará, e tiraram o poder de eu resolver as questões como eu achava que deveria”.
O presidente também criticou os que, segundo ele, não priorizaram a economia. “Aquele pessoal que dizia no passado, que não era eu, ‘a economia recupera depois’, está na hora de botar a cabeça pra fora e dizer como é que se recupera rapidamente a economia. Sempre falei que era vida e economia. Fui muito criticado. Mas não posso pensar de forma imediata, tenho que pensar lá na frente.”
O presidente afirmou ainda esperar que o país retome a normalidade “não digo o mais rápido, que não tem como ser rápido, mas não tão demorado também”.
Depois do pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Márcio França (PSB), foi a vez de outro pré-candidato, Celso Russomanno (Republicanos), aparecer em compromisso de Bolsonaro.
O presidente visitou obras da pista do aeroporto de Congonhas antes de embarcar para Brasília na manhã deste sábado (5).
Durante a demonstração de impermeabilização da pista, em que o local foi molhado com jatos d’água, Bolsonaro fez piadas sobre “pegar na mangueira”.
Além de Russomanno, que é deputado federal, estavam presentes os ministros da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e da Justiça, André Mendonça.
Bolsonaro já disse que não apoiará candidatos nas eleições municipais deste ano, mas tem considerado rever a posição para alavancar nomes considerados aliados ao menos no segundo turno das principais cidades.
Em São Paulo, os pré-candidatos disputam o voto bolsonarista, inclusive França, que atua na esquerda. Russomanno, ligado à igreja evangélica e do mesmo partido dos filhos de Bolsonaro no Rio, pode ter sua candidatura confirmada em São Paulo no próximo dia 16.
O deputado ainda conversa com outros partidos para montar uma coligação. Há a possibilidade de apoio a nomes lançados, como França e o prefeito Bruno Covas (PSDB).
Bolsonaro chegou ao aeroporto por volta de 9h, desceu do carro e conversou com cerca de 40 apoiadores no portão de autoridades. O presidente tirou fotos e assinou uma bandeira do Brasil, mas não falou com a imprensa, que tampouco pôde acompanhar a visita da pista.
Entre os apoiadores, a presença de Russomanno foi comentada. Dos nomes favoritos em São Paulo, citaram o deputado, França e Levy Fidelix (PRTB), que é apoiado pelo vice-presidente Hamilton Mourão.
“Acho que Bolsonaro pode apoiar indiretamente o Russomanno, como fez hoje. Acho que ele é o mais próximo do presidente”, disse o professor André Gonçalves, 36, que foi prestigiar o evento.
Já França esteve no mês passado com Bolsonaro em São Vicente, sua base eleitoral, na visita de obras de uma ponte. O aceno de França incomodou o PSB e o PDT, que o apoia –partidos que fazem oposição a Bolsonaro em Brasília. O pré-candidato afirma que o encontro foi para tratar da ajuda ao Líbano, país de origem da família de sua mulher.
Na quinta-feira (3), o filho de França acompanhou Bolsonaro em compromissos no Vale do Ribeira (SP). O deputado estadual Caio França (PSB) afirmou que sua presença foi institucional, já que a região é sua base eleitoral.
Neste sábado (5), na Avenida Washington Luís, em frente ao aeroporto, houve buzinas e apoio e crítica ao presidente. Um motociclista perguntou aos apoiadores sobre os R$ 89 mil depositados por Fabrício Queiroz a Michelle Bolsonaro e ouviu gritos de “comunista”, “petista” e “maconheiro”.
A aeronave presidencial decolou de Congonhas às 10h30 rumo a Brasília.
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