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Huck faz discurso com críticas a Bolsonaro em tom de campanha

Bolsonaro é 'o último capítulo do que não deu certo’, afirmou em evento na tarde desta quarta (14)


Por Redação Educadora Publicado 14/08/2019

“Com todo respeito a esse governo, que foi eleito de forma democrática, não acredito que ele é o primeiro capítulo da renovação, mas o último capítulo do que não deu certo”, afirma o apresentador Luciano Huck para a plateia de cerca de 300 jovens que foram ouvi-lo no Centro de Convenções de Vila Velha, no Espírito Santo.

O evento, que mudou de local devido à procura, tem cara de pré-campanha antecipada de alguém que ainda não reconhece o plano presidencial para 2022, mas bate firme em Jair Bolsonaro, arrancando aplausos da audiência, e adota um posicionamento estratégico muito claro.

Ladeado por Paulo Hartung, Huck brinca e diz que o ex-governador do Espírito Santo tem sido seu mestre Miyagi, o velho sábio japonês que orienta o jovem lutador no filme “Karatê Kid”. Em tempos de radicalismo de direita, o discurso de Huck lança mão de bandeiras típicas da esquerda. Quem não conhecesse o tom anasalado de sua voz poderia confundir a fala com a de Fernando Haddad, o ex-prefeito de São Paulo derrotado por Bolsonaro no ano passado.

“Não dá para falar de meritocracia enquanto a escola do rico não for a escola do pobre. A prioridade um é educação, e a dois e a três também”, diz. As palavras desigualdade e justiça social dão a tônica na fala de quase 30 minutos. Huck gosta de contar histórias sobre pessoas e lugares pobres que conheceu pelo Brasil, ao fazer seu programa televisivo. Um desses casos, sobre a pobreza no Vale do Jequitinhonha, o leva a outra crítica a Bolsonaro. “Pessoas passam fome neste país, e tem gente que ainda diz que não se passa fome no Brasil. Não está vendo? O Brasil tem 7 milhões de pessoas vivendo com R$ 2 por dia. É justo? Não é”, afirma.

Em seguida, Huck lembra que no seu trajeto para os estúdios da Rede Globo, no Rio, “não dá pra achar tranquilo a horda de meninos no semáforo”, fora da escola. “Lógico que a gente tem culpa. Fazemos parte do 1% que sempre foi acusado de não prestar atenção na desigualdade. Esse país vai implodir! São 37 milhões morando em favelas. Não dá para achar que é paisagem”, diz

Além de Luciano Huck e Hartung, que foi cotado para ser seu vice em pré-candidatura abortada em 2017, o evento contou com o empresário Eduardo Mufarej, fundador do RenovaBR, uma escola de formação de políticos que elegeu 17 parlamentares no ano passado, e a fundadora do Movimento Vila Nova, Tayana Dantas, filiada ao Cidadania. Filha do dono da maior universidade privada capixaba, a Universidade de Vila Velha, Tayana se movimenta para concorrer à prefeitura no próximo ano.

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