Lula diz que escolheu mulher bonita para melhorar relação com o Congresso
Presidente se referia a Gleisi Hoffmann e fala desagradou até mesmo apoiadores
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a causar controvérsia com declarações durante a assinatura da Medida Provisória que institui a linha de empréstimo consignado chamada “Crédito do Trabalhador”, realizada nesta quarta-feira (12), no Palácio do Planalto.
Durante sua fala, Lula chamou a atenção ao afirmar que escolheu uma “mulher bonita” para ocupar o cargo de ministra das Relações Institucionais, referindo-se a Gleisi Hoffmann, com o objetivo de aproximar o governo do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).
“Por isso eu coloquei essa mulher bonita para ser ministra das Relações Institucionais, é que eu não quero mais ter distância de vocês”, disse o presidente, em uma fala que gerou críticas nas redes sociais e entre especialistas por reforçar estereótipos de gênero ao destacar a aparência da ministra em vez de suas competências políticas.
As declarações polêmicas não pararam por aí. Ao comentar a aprovação da reforma tributária, Lula se referiu ao deputado José Guimarães (PT-CE) como “cabeçudão do Ceará”, um termo que soou inadequado para descrever um aliado político em um contexto oficial.
“E nós fizemos isso. Muito por conta da competência do nosso deputado, na Câmara, pelo trabalho primordial do Guimarães, esse cabeçudão do Ceará”, afirmou Lula.
O presidente ainda fez um comentário sobre Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, ao sugerir que ele deveria ter mais charme ao discursar.
“Companheiro que nem sempre é o mais feliz quando pega o microfone. Eu falo que ele tem que passar um pouco de charme”, disse Lula, insinuando que a eficácia do ministro dependeria não só de sua gestão econômica, mas de sua habilidade em agradar ao público.
Apesar da crítica velada, Lula finalizou exaltando Haddad, afirmando que ele será “o melhor ministro da Fazenda da história” até o final do mandato.
As declarações do presidente repercutiram amplamente, com muitos apontando a inadequação dos comentários em um evento oficial, onde se esperava foco nas medidas econômicas e não em observações pessoais sobre seus ministros.
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