Mourão: ‘Fora da democracia liberal, não há futuro’
"Não há saída fora da democracia liberal como sugerem alguns que desejam soluções rápidas", disse.
Entre as ameaças, Mourão citou o terrorismo, o crime organizado, as migrações, os conflitos armados, as doenças infecciosas, a espionagem, a possibilidade de um colapso do sistema financeiro e até a instabilidades de regimes.
“Todos querem soluções rápidas. Senhoras e senhores, fora da democracia liberal não há futuro. Vamos lembrar que a democracia na Primeira Guerra Mundial venceu o imperialismo, venceu o nazifascismo, e venceu o pior flagelo que enfrentamos no século passado: o comunismo internacional. Fé na democracia liberal. É por meio dela que vamos achar a solução que precisamos”, afirmou a uma plateia de 400 empresários em um hotel em São Paulo.
Em sua fala, o vice-presidente voltou a dizer que existem no planeta mudanças climáticas em andamento, discurso que contraria alguns círculos próximos ao governo, como o do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). “O clima mudou. Não temos a mínima duvida disso aí. Não sabemos se essa mudança é uma mudança que veio para ficar ou se pode ser algo transitório. Mas não podemos deixar de reconhecer que houve essa mudança do clima”.
Abertura comercial
Na palestra, Mourão defendeu a abertura comercial do Brasil. Ele usou palavras do ex-presidente do governo militar, Ernesto Geisel, para falar do assunto: “tem que ser lenta, gradual e segura”.
“Não dá para dar um choque de abertura nas nossas empresas de hoje para amanhã com uma carga tributária desse tamanho, com uma infraestrutura deficiente, em que o nosso produto chega aos portos custando uma fortuna em comparação com os que vêm do lado de fora”, afirmou.
Mourão disse que o Brasil responde apenas por 1,2% do fluxo de comércio global e que o governo vai trabalhar para ampliar essa participação. “Temos que abrir sim. Não é nada para um País do nosso porte. Temos que escalar, aumentar importação, aumentar exportações, termos realmente um fluxo de comércio e nos inserirmos nas grandes cadeias de valor agregado”, disse, ao destacar a importância de se ter uma corrente de comércio maior.
Política externa
Mourão afirmou, citando suas viagens recentes para China e Estados Unidos, que todos os países “estão de olho” no Brasil. “Aqueles que querem investir e ganhar dinheiro querem estar com a gente”, disse.
O vice disse que as posições diplomáticas do Brasil devem buscar “flexibilidade e pragmatismo”. “Não podemos ficar nem pendurados no A nem no B. Temos que buscar aquilo que é melhor para o Brasil, que haja benefício mútuo”.
O vice-presidente elogiou ainda o acordo Mercosul-União Europeia e destacou o papel da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que “venceu grandes resistências” na negociação que levou cerca de 20 anos.
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