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Para Mourao, morte de Ágatha é resultado da guerra do narcotráfico

Garota foi atingida por um tiro nas costas na sexta-feira (20) quando estava dentro de uma Kombi que transitava pela Fazendinha, no Complexo do Alemão


Por Folhapress Publicado 23/09/2019
Foto: Agência Brasil

O presidente interino Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira (23) que a morte de Ágatha Vitória Sales Félix, 8, é resultado da “guerra do narcotráfico”.

A garota foi atingida por um tiro nas costas na sexta-feira (20) quando estava dentro de uma Kombi que transitava pela Fazendinha, no Complexo do Alemão.

O relato de moradores que estavam no momento do tiro é de que a equipe policial abriu fogo contra uma moto, e que não houve confronto. Ao Voz das Comunidades, eles afirmaram que o disparo que atingiu Ágatha partiu da polícia.
Até o momento, o presidente Jair Bolsonaro, que viajou na manhã desta segunda para participar da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), não se pronunciou sobre a morte da menina.

“Isso é a guerra do narcotráfico”, disse Mourão quando perguntado sobre o assassinato.

Em nota, a Polícia Militar afirmou que equipes da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Fazendinha localizadas nas proximidades das ruas Antônio Austragésilo e Nossa Senhora “foram atacadas de várias localidades da comunidade de forma simultânea” e que os policiais “revidaram à agressão”.

A área onde está situado o Complexo do Alemão, na zona norte da cidade, teve um aumento das mortes violentas na comparação com o ano passado. Considerando os dados publicados pelo ISP (Instituto de Segurança Pública) para o período de janeiro a agosto de 2019, houve 62 mortes no índice de letalidade violenta. Este número é igual ao total de mortes registradas na região do Alemão em 2018.

Segundo dados da ONG Rio de Paz, Ágata Félix é a 57ª criança a morrer baleada no Rio de Janeiro desde 2007. A Fogo Cruzado, por sua vez, registra que 16 crianças foram baleadas na região metropolitana do Rio em 2019. Destas, cinco morreram. Já as mortes totais por intervenção de agentes do Estado na localidade, de janeiro a agosto de 2019, chegam a 31. Em todo o ano passado, foram 23.

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