Avião que caiu em Piracicaba tinha histórico de reparos nas hélices, revela relatório do Cenipa

Relatório final sobre o acidente que matou sete pessoas em 2021 aponta que falhas de operação e condições adversas durante a decolagem contribuíram para a tragédia


Por Redação Educadora Publicado 20/02/2025
Avião que caiu em Piracicaba tinha histórico de reparos nas hélices, revela relatório do Cenip
Foto: Reprodução

O acidente aéreo ocorrido em 14 de setembro de 2021, em Piracicaba (SP), que resultou na morte de sete pessoas, pode ter sido agravado por um histórico de reparos nas hélices da aeronave. O relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), divulgado esta semana, traz novos detalhes sobre as condições do avião antes da queda.

O avião modelo B200GT, adquirido em 2019, havia passado por diversas manutenções, incluindo reparos nas hélices. O documento revela que, cerca de três meses antes do acidente, a hélice esquerda foi removida para reparo devido à quebra de parafusos de lubrificação, o que gerou custos elevados e insatisfações entre o proprietário e o piloto, que se queixaram das frequentes “panes” na aeronave.

Em relação à última manutenção, o relatório destaca que o proprietário tentou antecipar os serviços para atender a compromissos, mas a liberação da aeronave foi adiada para o dia 13 de setembro de 2021. A aeronave estava 623 quilos acima do peso máximo permitido no momento da decolagem, o que, segundo especialistas, pode ter contribuído para o desequilíbrio de forças e a perda de sustentação do voo.

Embora não tenha sido identificada uma falha mecânica, o relatório sugere que a tripulação se concentrou demais na rotação da hélice, descuidando da velocidade do avião. Esse erro pode ter levado à condição de estol, quando a aeronave perde sustentação devido à baixa velocidade.

Além disso, o Cenipa concluiu que a combinação de uma rotação elevada em uma das hélices e a redução da velocidade do avião após a decolagem, agravada pelo excesso de peso, foi crucial para o acidente. O relatório também sugere que o piloto pode ter cometido um erro ao realizar uma manobra chamada “passo bandeira” nas hélices, o que pode ter iniciado a perda de controle da aeronave.

Em busca de prevenção, o relatório recomenda à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) a revisão dos protocolos de reciclagem de pilotos para aeronaves desse modelo, visando minimizar o risco de ocorrências similares.

Entre as vítimas estavam o empresário Celso Silveira Mello Filho, da Cosan, sua família e a tripulação. O avião havia partido de Piracicaba com destino a uma fazenda no Pará, mas caiu 15 segundos após a decolagem, em uma área de mata na cidade.

A análise dos destroços e da caixa preta do avião não revelou falhas mecânicas, mas contribuiu para a compreensão dos fatores que levaram à tragédia.

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