Lula inaugura GWM em Iracemápolis, critica Trump e enaltece China

A Great Wall Motors (GWM) deu início oficial às operações de sua fábrica em Iracemápolis (SP) nesta sexta-feira (15), marcando a estreia da produção da marca nas Américas e no Hemisfério Sul. A unidade é a terceira da companhia fora da China com base completa de produção — as outras estão localizadas na Rússia e na Tailândia.

• Lula critica Trump e defende papel do Brasil no comércio global
• Alckmin rebate críticas de Trump e classifica tarifas dos EUA contra o Brasil como “injustas”
• GWM em Iracemápolis: Alckmin destaca força do interior paulista na inauguração

A cerimônia de inauguração reuniu autoridades nacionais e executivos da montadora. Entre os presentes estavam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (SP), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, além de ministros de Estado e lideranças da GWM global e Brasil.

A planta inicia a produção com três modelos: o SUV híbrido Haval H6 (nas quatro versões já vendidas no país), o SUV de sete lugares Haval H9 e a picape média Poer P30, ambos com motor turbodiesel. Lula participou simbolicamente da finalização do primeiro veículo fabricado no Brasil, um Haval H6 GT branco, colando o adesivo de “fabricado no Brasil” antes de posar para fotos com trabalhadores.

Com área total de 1,2 milhão de m² e capacidade para produzir 50 mil veículos por ano, a fábrica já emprega 600 pessoas e deve fechar 2025 com mais de 1.000 empregos diretos, podendo chegar a 2.000 vagas com o início das exportações para a América Latina.

Durante o evento, a GWM anunciou também a instalação do primeiro Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da empresa na América do Sul. Localizado ao lado da fábrica, o espaço terá 15 mil m² e contará inicialmente com mais de 60 técnicos e engenheiros para desenvolver tecnologias adaptadas ao mercado brasileiro, incluindo sistemas híbridos e elétricos, combustíveis de nova geração e soluções em inteligência artificial.

O investimento previsto para o Brasil é de R$ 10 bilhões em dez anos. Na primeira fase, até 2026, serão aplicados R$ 4 bilhões, destinados ao lançamento da marca no país e à ampliação da fábrica. A segunda etapa, de 2027 a 2032, contará com mais R$ 6 bilhões, voltados à nacionalização de peças, novos produtos e aumento da produção.

Hoje, 18 fornecedores brasileiros já participam do processo produtivo, entre eles Basf, Bosch, Continental, Dupont e Goodyear. Mais de 110 empresas estão cadastradas para fornecer componentes. A operação segue o sistema “peça por peça” (part by part), considerado mais complexo que o modelo tradicional de montagem, garantindo conteúdo nacional desde o início.

No espaço de exposição da inauguração, a GWM apresentou tecnologias multienergia e novidades como o primeiro caminhão a hidrogênio da marca, a maquete de um barco movido a hidrogênio — que será apresentado na COP30, em Belém (PA), e a moto SOUO S2000 GL, de oito cilindros.

A fábrica recebeu ainda a certificação ISO 9001:2015 antes mesmo de iniciar a produção, algo inédito no setor automotivo brasileiro, com auditoria sem nenhuma não conformidade.

Maior fabricante privada de automóveis da China, a GWM atua em mais de 150 países e regiões, conta com 80 mil funcionários e 13 centros de P&D distribuídos em quatro países.

✅ Curtiu e quer receber mais notícias no seu celular? Clique aqui e siga o Canal eLimeira Notícias no WhatsApp.