Mesmo com falta de água, moradores de Iracemápolis reclamam de aumento na conta

Iracemápolis tem enfrentado problemas no abastecimento de água há alguns meses devido ao baixo nível das represas que abastecem o município. Apesar da cidade passar por um racionamento de água, moradores relatam aumento nos valores das contas de água nos últimos meses.

Uma moradora do Jardim Morro Azul, que não quis se identificar, explicou que até o mês passado pagava em média R$ 70 pela conta, mas esse mês levou um susto ao receber a fatura com o dobro do valor – R$ 140. A mulher, que garantiu não ter nenhum vazamento em sua residência, disse à reportagem da Educadora que não aumentou o consumo nos últimos 30 dias. Pelo contrário, diminuiu o uso devido à proibição de lavar carros e calçadas.

A moradora relatou ainda que por diversas vezes a família usou balde para tomar banho em dias que não tinha água. “Sempre falta água. Meus filhos chegam do trabalho e, às vezes, tem que tomar banho de balde com a água da caixa e mesmo assim veio essa conta”, desabafou.

O mesmo aconteceu com a vendedora, Ana Conrado, moradora do Jardim Boa Vista. “Diminuí o consumo e a conta dobrou. Eu pagava a tarifa mínima, em torno de R$ 27, e este mês veio R$ 40”, escreveu na redes sociais.

Outros moradores também usaram as redes sociais para fazer o desabafo. “A minha (conta) também veio quase o dobro. Um absurdo”, reclamou Solange Colacio.

E mesmo quem mora em bairros onde a incidência de falta de água é menor também relata aumento na conta apesar da economia orientada pelo município.

“A Prefeitura deveria dar uma resposta para o povo, porque tem muita gente falando que a conta dobrou de valor. Na minha casa quase não falta água e economizo muito, e mesmo assim dobrou o valor também. Só Deus por nós. Está difícil”, desabafou Eliene Gonçalves.

RACIONAMENTO

No final do ano passado, a Prefeitura de Iracemápolis decretou racionamento na cidade em virtude da crise hídrica. A medida implicava na interrupção do fornecimento das 6h às 16h, de segunda à sábado, alternando os dias entre as partes baixa e alta da cidade.

Além do racionamento, a Prefeitura também proibiu utilizar água da torneira para lavagem de veículos, calçadas e para encher piscinas, sob pena de multa de R$ 1.350, que corresponde a 50 vezes o valor da tarifa mínima no município, que é de R$ 27.

Em fevereiro houve a diminuição no horário do racionamento, que passou a ser das 6h às 12h. A medida ainda está em vigor. Desde o início do racionamento, a cidade registrou problemas nas bombas e como consequência houve interrupção do fornecimento de água mesmo fora do horário estabelecido, conforme mostrou a Educadora.

CAIXAS D’ÁGUA VAZANDO

No início desta semana, um vídeo publicado por um munícipe em uma rede social mostrou um vazamento na caixa d’água do bairro Cidade Nova. Nas imagens gravadas de madrugada, é possível ver um grande volume de água jorrando. Esta não é a primeira ocorrência desta natureza reportada por moradores da cidade. A publicação revoltou a população, que questionou a demora da Prefeitura em sanar o problema.

“Inadmissível! Isso é um absurdo, tanta água limpa sendo jogada fora e isso é diariamente. Até quando? Será que é tão difícil assim solucionar esse problema?”, comentou uma moradora.

O presidente da Câmara de Vereadores, Jean Ferreira (Cidadania) também publicou um vídeo questionando a Prefeitura e citou um requerimento de sua autoria e dos vereadores Valdenito Almeida (PT), William Mantz (Podemos), Alailson da Padaria (PSD), Claudinho Cosenza (PSDB) e Payuka (PV), de janeiro de 2022, no qual os parlamentares questionam a prefeita Nelita Michel (PL) se há uma previsão para a realização de uma licitação em caráter emergencial de empresa para a implantação de sistema de controle de nível nas caixas d’água com opção de manutenção rápida em caso de problemas.

A Educadora questionou a Prefeitura de Iracemápolis, que, em nota, informou que o aumento observado por alguns munícipes ocorreu devido à data de coleta da leitura dos hidrômetros feita pela empresa responsável pelo serviço.

“A coleta, normalmente, ocorre no período médio de 28 dias, porém, devido à mudança de rota, algumas casas tiveram a coleta em período de 40 dias. Por isso, o aumento. A situação está resolvida e é provável que, na conta seguinte, o valor seja menor. A Prefeitura está à disposição desses munícipes que desejarem solicitar a revisão de leitura. Basta comparecer ao setor de protocolo, localizado no Paço Municipal, e solicitar o procedimento. Com relação a vazamento em caixa d’água registrado na última terça-feira (17), o que ocorreu foi uma pane no sensor. A equipe realizou o reparo logo que percebeu o problema. O município realiza processo para contratação de empresa responsável pelo sistema de monitoramento, visando sanar vazamentos em caixas d’água”, informou.

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