Usamos cookies e outras tecnologias para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Na Coreia do Sul, paciente recebeu alta apenas após 4º teste negativo

No fim de março, logo depois de chegar a Seul para visitar os pais, descobriu que estava com a covid-19


Por Folhapress Publicado 04/05/2020
Foto: Divulgação/Governo da Coreia do Sul

Nascido na Coreia do Sul, mas vivendo no Brasil desde criança, o comerciante Ho Song, 45, sentiu na pele por que seu país de origem é considerado um sucesso mundial no controle da pandemia de coronavírus.

No fim de março, logo depois de chegar a Seul para visitar os pais, descobriu que estava com a covid-19.

No mesmo dia em que saiu o resultado do exame, o governo rastreou os lugares e as pessoas com quem ele esteve para em seguida testá-las, enviou uma equipe de descontaminação para sua casa e uma ambulância para levá-lo a um hospital, onde ficou em isolamento por 19 dias. “Parecia cena de filme, foi tudo muito rápido. Fiquei impressionado com a eficiência”, afirma.

As medidas foram tomadas mesmo com Ho tendo sintomas leves inicialmente. E foi sua sorte: após alguns dias, uma tomografia feita no hospital detectou uma pneumonia.

“Eu não tive tosse nem catarro, só descobri por já estar sendo acompanhado no hospital”, conta. “Soube de casos no Brasil em que a pessoa tem sintomas leves e só se dá conta de que o pulmão foi todo atingido quando já está com insuficiência respiratória.”

Neste domingo (3), a Coreia do Sul registrou apenas 13 novos infectados -dez deles se contaminaram no exterior- e uma morte. A preocupação maior agora é com casos importados, como o de Ho -com base no dia do surgimento dos sintomas, as autoridades de saúde especulam que ele tenha contraído o vírus no Brasil ou no avião.

Um dos trunfos sul-coreanos no combate ao vírus é a realização de testes em massa: são mais de 600 postos com exames, com capacidade para 20 mil testes por dia cada um.

Só Ho fez seis ao longo do processo, e ganhou alta apenas quando obteve dois resultados negativos consecutivos e já não apresentava mais nenhum sintoma da doença.

Na última semana, o governo anunciou que fará um amplo estudo com exames para ver qual porcentagem da população adquiriu anticorpos contra o vírus -a chamada imunidade de rebanho é atingida quando ao menos 60% contraiu o patógeno.

Outra medida que ajudou a controlar a epidemia por lá foi o rastreamento de todos os que têm contato com os infectados, o que só é possível porque há um órgão central de controle de doenças com autoridade sobre polícia, instituições financeiras, de telefonia e de transporte, entre outras.

Cada vez que surge um novo caso, os moradores da mesma região recebem um SMS com o percurso do paciente e a orientação de fazer o teste caso tenham estado no mesmo trajeto.

“Vigésimo caso no bairro, 26 anos, chegou 17/4 dos EUA. Está em isolamento, realizada descontaminação na casa”, diz uma dessas mensagens recebidas por Ho.

Com tamanho nível de controle, não foi necessário fechar o comércio, apenas suspender aulas nas escolas e eventos esportivos. Estes últimos já estão voltando a acontecer, e o governo estuda agora uma forma segura de reabrir as instituições de ensino em breve.

Ho gravou vídeos de vagões de metrô lotados e de grandes grupos de pessoas passeando em parques e nas ruas.

Segundo ele, o clima é de normalidade. “As medidas de prevenção continuam: em lugares fechados, quase 100% das pessoas usam máscaras, por exemplo. Mas parques, bares, shoppings, cinema, tudo está funcionando.”

✅ Curtiu e quer receber mais notícias no seu celular? Clique aqui e siga o Canal eLimeira Notícias no WhatsApp.