Professor da Unicamp explica desenvolvimento de vacinas e a eficácia no combate à covid-19
Após a aprovação da Anvisa, as vacinas devem ser entregues ao Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, que vai disponibilizar as vacinas no SUS
O professor Luiz Carlos Dias, titular do Instituto de Química da Unicamp e membro da Força-Tarefa da universidade no combate à covid-19, falou com o Programa Bastidores, da Educadora, sobre as vacinas que estão em desenvolvimento no mundo. Qual a eficácia? Quando chegarão ao Brasil? Todos nós teremos acesso às doses?
“São cerca de 165 candidatas vacinais sendo desenvolvidas para covid-19, baseadas em diferentes plataformas: vetores virais, vírus atenuados, vírus inativados, ácidos nucléicos e proteínas. Nessa corrida mundial por vacinas contra o coronavírus, das 165 candidatas, 28 estão em fases de ensaios clínicos de fases 1, 2 e 3 em humanos, sendo que 6 estão na fase 3, a mais avançada e a que define se a possível vacina fornece ou não imunização, protegendo de infecção”, explicou o professor.
Segundo o professor, as candidatas vacinais devem passar por uma fase pré-clínica em animais, (ratos, camundongos, macacos) onde se testa a segurança e a indução de resposta imunológica de defesa. “Se passam nessa fase, entram nas fases de avaliação clínica em seres humanos. A fase 1 envolve um pequeno grupo de voluntários saudáveis, onde se avalia a segurança, o aparecimento ou não de efeitos colaterais adversos e a capacidade de gerar imunização (imunogenicidade). Se bons resultados são obtidos, a candidata passa para a fase 2, agora com centenas de participantes, coletando informações sobre segurança, doses, horários, modos de administração e novamente a imunogenicidade”, informou ele, por meio de artigo publicado pela Unicamp.
Passando nos rigores da fase 2, entra em fase 3 com milhares de voluntários de vários países, ambientes, grupos sociais, um grupo bem diversificado de pessoas de diferentes faixas etárias e sexo, cita o docente. “Esta fase 3 é a mais importante e fornece resposta definitiva da eficácia, da resposta de proteção e de segurança. A realização da fase 3 no Brasil depende de aprovação das agências regulatórias locais, como o Conep (Comissão Nacional de Ética e Pesquisa) e a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, explicou.
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