Chupeta para adultos vira tendência mundial e acende debate entre especialistas
Item infantil tem ganhado espaço como recurso para aliviar estresse, mas psicólogos alertam para a necessidade de entender a raiz emocional do hábito
O uso de chupetas por adultos, antes restrito ao universo infantil, vem se tornando um fenômeno global impulsionado por vídeos virais nas redes sociais. A prática, que ganhou força principalmente na China e na Coreia do Sul, é apontada por adeptos como uma forma de aliviar a ansiedade, dormir melhor, controlar compulsões alimentares e até reduzir o hábito de fumar.
No comércio online chinês, algumas versões já aparecem entre os produtos mais vendidos. Uma das chupetas adultas mede 4,5 centímetros de comprimento – 2,5 cm a mais que as usadas por bebês de até seis meses – e pode custar entre R$ 6,60 e R$ 250. De acordo com lojistas, há estabelecimentos que chegam a comercializar mais de 2 mil unidades por mês. A tendência também tem provocado reações: no Bahrein, parlamentares pediram restrições ao uso em locais públicos, especialmente ao volante.
No Brasil, o tema repercutiu após o ator Ari Fontoura brincar em vídeo sobre “crianças virando adultas e adultos virando crianças”. A psicóloga Daiane Rezende, em entrevista ao programa Meio Dia nesta terça-feira (26), explicou que a prática pode até oferecer alívio momentâneo, mas não resolve as causas reais do estresse.
“De uns dias para cá, vem se falando muito sobre o uso da chupeta em adultos e o que precisamos entender é o motivo desse comportamento. Muitos relatam que usam como uma fuga, para aliviar a ansiedade ou dormir melhor. A chupeta abaixa o cortisol, gera sensação de proteção, mas esse efeito é momentâneo. Quando o adulto recorre a esse hábito, geralmente busca algo que ficou em aberto no passado, lá na infância. A psicologia, então, procura compreender qual é essa dor e reprogramar esse uso. Existem até estudos mostrando alternativas, como mascar chiclete, que podem oferecer benefícios semelhantes sem trazer essa regressão simbólica”, destacou.
Apesar de ainda ser tratado com humor em algumas situações, o uso de chupetas por adultos escancara um fenômeno contemporâneo: a busca por válvulas de escape rápidas diante de pressões emocionais cada vez maiores.
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