‘Águas passadas não movem moinhos’, diz Paulo Coelho sobre polêmica com Raul
Uma biografia do cantor sugere que Raul entregou Coelho para os militares durante a ditadura brasileira
Ao comentar um tuíte de um fã que propunha “cancelar” Raul (o termo usado na web quando fãs e colegas discordam da atitude de uma personalidade ou artista), Coelho ainda comentou: “Não faça isso. Eu vi os documentos que Jotabê me enviou, já tinha conversado com Raul a esse respeito (um dia que ele estava, digamos…) e águas passadas não movem moinhos”.
Raul Seixas: Não Diga que a Canção Está Perdida, o novo livro do jornalista Jotabê Medeiros, tem lançamento previsto para o próximo dia 1º pela editora Todavia. Segundo a reportagem, o livro aponta, com documentação, uma incongruência entre datas e horários de depoimentos de Raul e Coelho ao Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) da ditadura militar. No dia seguinte à ocasião em que os dois compareceram à sede do órgão (e que Raul teve um encontro separado com os militares), Coelho foi preso e levado para um local onde sofreu tortura por duas semanas.
Embora o escritor não confirme a sugestão do livro, o biógrafo disse à Folha que Coelho “não tem a menor dúvida, hoje, após ver o documento, de que Raul o entregou”.
Segundo a editora, o livro mostra a trajetória de como o garoto Raul, fã de Elvis, se transformou num ícone da cultura pop. A biografia fala sobre a vida dele na Bahia antes de mudar para o Rio no final dos anos 1960 e sobre o início do trabalho nas gravadoras cariocas, onde ele criava arranjos e produzia discos para músicos populares, bem como investiga a criação de clássicos da contracultura brasileira, como Maluco Beleza e Sociedade Alternativa, o alcoolismo e a figura que se ele tornou por conta da doença.
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