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Morre Ney Latorraca, um dos maiores nomes da televisão e teatro brasileiros

O ator e diretor, de 80 anos, faleceu nesta quinta-feira (26) no Rio de Janeiro após complicações de um câncer de próstata


Por Redação Educadora Publicado 26/12/2024
Morre Ney Latorraca, um dos maiores nomes da televisão e teatro brasileiros
Foto: Divulgação/Globo/Tata Barreto

O Brasil perdeu, nesta quinta-feira (26), um dos maiores ícones da televisão e do teatro. Aos 80 anos, Ney Latorraca faleceu no Rio de Janeiro, onde estava internado desde o dia 20 de dezembro na Clínica São Vicente, após complicações de um câncer de próstata.

A doença, diagnosticada em 2019, havia sido tratada com uma cirurgia para remoção da próstata, mas retornou em agosto deste ano com metástase. Latorraca morreu em decorrência de uma sepse pulmonar.

Nascido em Santos (SP) no dia 25 de julho de 1944, Ney veio de uma família de artistas. Seu pai, Alfredo, era cantor e crooner de boates, e sua mãe, Tomaza, era corista. Desde cedo, Latorraca demonstrou um talento precoce para a arte da interpretação, algo que, segundo ele, sempre fez parte de sua vida. “Ator já nasce ator. Aprendi desde pequeno que precisava representar para sobreviver”, relatou em depoimento ao Memória Globo.

A carreira do ator começou a brilhar no teatro. Aos 19 anos, fez sua estreia em “Pluft, o fantasminha”, uma peça escolar, que logo foi além das fronteiras da escola, ganhando repercussão em sua cidade natal, Santos. No entanto, Latorraca passou por momentos difíceis quando, ao se mudar para São Paulo, enfrentou a censura do regime militar. A peça “Reportagem de um tempo mau”, que ele estava participando, foi censurada, e alguns de seus colegas de elenco chegaram a ser presos.

Nos anos seguintes, Ney passou a se envolver com o teatro profissional, com destaque para sua participação em peças como “Audácia, a fúria dos trópicos” e em produções televisivas. Sua estreia na TV aconteceu em 1969, na TV Tupi, com o programa “Super Plá”, e logo em seguida, trabalhou na TV Cultura e na TV Record.

Mas foi na Rede Globo que Ney Latorraca se consagrou como um dos maiores nomes da televisão brasileira. Estreou na emissora em 1975, na novela “Escalada”, e se destacou em papéis marcantes ao longo dos anos. Entre seus personagens mais lembrados estão o vampiro Vlad, na novela “Vamp” (1991), o travesti Anabela, em “Um sonho a mais” (1985), e o irreverente Barbosa, no programa “TV Pirata” (1988). Além disso, teve uma participação histórica em “Coração alado” (1980), onde dividiu cenas intensas com Vera Fischer.

Um dos momentos mais memoráveis de sua carreira foi sua atuação em “Estúpido cupido” (1976-1977), quando interpretou Mederiquis, um fã de Elvis Presley e líder de banda. Mesmo relutante inicialmente, o papel fez grande sucesso, e Latorraca se tornou uma das figuras mais queridas da televisão brasileira, sendo reconhecido até em quadrinhos e figurinhas.

Ao longo de sua carreira, Ney Latorraca participou de 18 novelas, seis minisséries e oito seriados na Globo. Seu currículo também inclui 23 longas-metragens e 13 peças teatrais. Nos últimos anos, ele seguiu seu trabalho nos palcos, ao lado de Marco Nanini, em “O Mistério da Irma Vap”, com direção de Marília Pêra, ficando em cartaz por 11 anos.

Sua última aparição na TV foi em 2011, no seriado “A Grande Família”, mas sua contribuição à cultura brasileira, especialmente no humor e na arte da interpretação, permanece inegável.

O legado de Ney Latorraca será lembrado por sua versatilidade, talento inconfundível e pela sua dedicação à arte. Sua partida deixa um vazio no cenário artístico nacional, mas seu trabalho e suas interpretações continuarão a emocionar o público por gerações.

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