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Senadora Soraya critica encenação no Senado e propõe simulação de estupro

"Eu quero que ela faça a encenação do estupro agora. Por que não?" , criticou a senadora Soraya Thronicke


Por Redação Educadora Publicado 19/06/2024
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Foto: Reprodução

Nesta terça-feira (18), a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) criticou duramente o debate sobre aborto realizado no plenário do Senado e desafiou a contadora de histórias que interpretou um feto a dramatizar uma mulher sendo estuprada.

“Eu queria até o telefone, o contato daquela senhora que esteve aqui ontem, encenando aquilo que nós vimos. Sabe por quê? Porque eu quero ver ela encenando a filha, a neta, a mãe, a avó, a esposa de um parlamentar sendo estuprada. Eu quero que ela faça a encenação do estupro agora. Por que não? Se encenaram um homicídio aqui ontem, que encenem o estupro”, afirmou Thronicke.

A senadora destacou sua posição contrária ao aborto, afirmando que a vida começa na concepção, mas reconheceu que o Estado é laico e que o aborto é legal no Brasil em três situações: em caso de estupro, de anencefalia fetal ou de risco de morte à gestante. “A bancada feminina [do Senado] é a favor da vida e o aborto é proibido no nosso país, com três exceções dificílimas: o feto anencéfalo, risco de morte da mãe e o estupro. E não é obrigada a abortar quem foi estuprada e por acaso engravidou. Vai quem quer, de acordo com a sua fé, com a sua consciência. Por quê? Porque o Estado é laico”, declarou.

Durante a sessão promovida pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE) na segunda (17), a contadora de histórias Nyedja Gennari encenou um feto gritando durante o procedimento de assistolia fetal, gritando “Não! Quero continuar vivo.”

Os senadores Fabiano Contarato (PT-ES), Teresa Leitão (PT-PE) e Leila Barros (PDT-DF) reforçaram as críticas ao projeto de lei e à sessão organizada por Girão. Leitão comentou a dificuldade que meninas têm em identificar uma gravidez devido às alterações no ciclo menstrual.

O projeto de lei antiaborto por estupro propõe alterar o Código Penal para equiparar as penas para abortos realizados após 22 semanas de gestação às penas previstas para homicídio simples. Após as críticas das senadoras, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que a comparação é uma “irracionalidade” e uma “inovação infeliz”, indicando que o projeto, como está, não parece “minimamente viável.”

Parte das senadoras da Casa acompanhou o discurso de Pacheco durante a sessão plenária. A bancada feminina deve se reunir nesta quarta-feira (19) para anunciar uma posição conjunta sobre o projeto de lei da Câmara. Na audiência de segunda-feira, o Senado ignorou especialistas contrários ao texto e convidou apenas na véspera a presidente da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), Maria Celeste Wender.

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