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Manifestantes pedem renúncia do presidente da Guatemala e incendeiam Congresso

Protestos lançam também ataques à Corte Suprema de Justiça por ter engavetado processos de corrupção contra membros da alta cúpula do governo


Por Folhapress Publicado 21/11/2020
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Manifestações em várias cidades da Guatemala, neste sábado (21), elevaram a tensão política da última semana. Os protestos começaram após o Congresso do país aprovar, na madrugada de quarta-feira (18), um impopular orçamento para 2021, que reduz fundos para saúde e educação.

A população pede a renúncia do presidente Alejandro Giammattei, e a crise gerou um racha na cúpula do governo. O vice-presidente, Guillermo Castillo, pediu ao mandatário que ambos “renunciem juntos pelo bem do país” para conter as manifestações.

Os protestos lançam também ataques à Corte Suprema de Justiça por ter engavetado processos de corrupção contra membros da alta cúpula do governo.
Alguns manifestantes conseguiram furar o esquema de proteção da sede do Legislativo, na capital do país, e jogaram tochas de fogo dentro do prédio, incendiando em algumas salas. As labaredas saíam pelas janelas enquanto as forças de segurança tentavam afastar os manifestantes. Não havia parlamentares no local e não houve feridos.

As imagens lembram o último levante popular de peso no país, em 2015, quando manifestantes, principalmente jovens, foram às ruas durante várias semanas contra o então presidente e general Otto Pérez Molina.

Alvo de denúncias de desvio de dinheiro, o mandatário acabou renunciando quando o Congresso, sob pressão popular, retirou sua imunidade para votar seu impeachment. Desde então, Pérez Molina está preso, à espera de julgamento.
Embora um dos maiores orçamentos da história do país, o plano de quase US$ 13 bilhões (R$ 70 bilhões) aprovado para 2021 reduz os gastos com saúde e educação para aumentar os da construção e o de estímulos a empresas.

Os manifestantes alegam que isso é um favorecimento a empresários que apoiam o governo. Além disso, o orçamento aprovado prevê que um terço deste valor seria financiado a partir de dívidas que o país teria de tomar, comprometendo sua situação macroeconômica.

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