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Meghan diz que realeza britânica se preocupou com tom de pele de seu filho com Harry

Segundo a duquesa, a família mantinha essas conversas com Harry, que as relatava a Meghan


Por Folhapress Publicado 08/03/2021
Foto: Reprodução/Instagram

Em uma entrevista à apresentadora americana Oprah Winfrey, Meghan Markle, duquesa de Sussex, e o príncipe Harry esmiuçaram suas vidas como parte da realeza britânica, relatando os motivos que os levaram a se desligarem dela em janeiro do ano passado.

Um dos atritos envolve o primeiro filho do casal, Archie, nascido em 2019.

Meghan afirmou que havia “preocupações e conversas sobre o quão escura a sua pele seria quando nascesse”. Segundo a duquesa, a família mantinha essas conversas com Harry, que as relatava a Meghan – ela não revelou os envolvidos.

O assunto surgiu quando a ex-atriz contou que, ainda grávida, foi informada pela realeza que Archie não se tornaria príncipe. Sem o título, ele não receberia segurança oficial.

“Isso aconteceu nos últimos meses da nossa gravidez. Pera aí, ele precisa estar seguro”, afirmou. “Criamos essa máquina monstra [de cliques e tablóides]. Vocês permitiram que isso acontecesse, o que significa que precisamos estar seguros.”

Meghan disse que nunca ligou para títulos, mas que a situação é diferente, já que, nesse caso, afeta a segurança de Archie. “Quando eu estava grávida, eles quiseram mudar a convenção. Por quê?”, questionou. “Não tem explicação.”

Durante suas viagens oficiais, ela viu “o quanto significava para eles poder ver alguém que se parecia com eles nesta posição”. “E eu nunca pude entender como isso não poderia ser visto como um benefício adicional, um reflexo do mundo hoje.”

O príncipe Harry afirmou que precisou se colocar no lugar de Meghan para entender o escrutínio e o preconceito que ela enfrentava como mulher negra.

“Passei muitos anos fazendo o trabalho e aprendendo por conta própria. Mas então, na minha educação e no sistema em que fui criado e a que fui exposto, eu não estava ciente disso. Mas, meu Deus, não demorou muito para repentinamente tomar consciência disso”, disse ele sobre as questões raciais.

A americana também tratou dos inúmeros boatos de intrigas entre ela e Kate Middleton, duquesa de Cambridge, casada com o príncipe William, segundo na linha sucessória e irmão mais velho de Harry.

O principal deles começou com uma história de que Meghan teria feito Kate chorar durante os preparativos de seu casamento com Harry. Segundo a ex-atriz, foi a duquesa de Cambridge que acabou fazendo com que a cunhada ficasse chateada devido aos vestidos das meninas que levariam as flores. Meghan disse ainda que não houve confronto e que Kate pediu desculpas depois. A história, porém, não acabou aí, e a duquesa de Sussex disse que esses rumores foram “o início de um assassinato de caráter”, acrescentando que a realeza não os contestou publicamente, apesar de saber que eram falsos.

“Eles ririam abertamente e negariam a história mais ridícula para qualquer um”, disse. “Mas a narrativa sobre fazer Kate chorar foi o começo de um verdadeiro assassinato de caráter, e eles sabiam que não era verdade. Se eles não vão coibir coisas assim, então o que vamos fazer?”

A vida turbulenta em meio à família real -a ex-atriz, por outro lado, diz que mantinha boas relações com a rainha Elizabeth 2ª- chegou a levar Meghan a ter pensamentos suicidas.

Ao ser questionada se houve um momento decisivo, Meghan respondeu que sim.

“Eu simplesmente não via uma solução. Eu ficava acordada à noite, eu não entendia como tudo isso estava acontecendo”, contou. “Minha mãe e meus amigos ligavam chorando e dizendo: ‘Meg, eles não estão protegendo você’.”

A duquesa disse que isso a levou à beira do desespero. “Eu tinha muita vergonha de falar à época e vergonha de ter que admitir para Harry, especialmente, porque eu sei quantas perdas ele sofreu. Mas eu sabia que, se não falasse, eu faria, e eu simplesmente não queria mais estar viva”, afirmou. “Tudo estava acontecendo apenas porque eu estava respirando.”

O príncipe Harry, por sua vez, se disse desesperado por ver a história se repetindo, mas afirmou não ter recebido nenhum tipo de ajuda. A mãe de Harry e William, a princesa Diana, morreu em um acidente de carro em Paris, em 1997, enquanto fugia de paparazzi.

Ele disse ter ficado apavorado quando Meghan disse a ele que não queria mais viver. “Eu não tinha ideia do que fazer”, afirmou. “Mas queria estar lá para ela.”

No início, Harry não disse à família que ela precisava de ajuda -não é uma conversa fácil em meio à realeza, contou. “Acho que tive vergonha de admitir isso a eles, não sei se eles tiveram os mesmos sentimentos ou pensamentos.”

O príncipe disse ainda que se tratava de um ambiente sufocante e que não tinha a quem recorrer. “Na família, eles têm essa mentalidade de ‘é assim que as coisas são, você não pode mudar isso, todos nós já passamos por isso’.”

“Mas o que foi diferente para mim foi o elemento raça, não era apenas sobre ela, era sobre o que ela representa”, disse ele. “Então, não está afetando apenas minha esposa, mas afetando muitas outras pessoas também.”

Foi isso que o levou a discutir o assunto com a família real e avisá-los de que “isso não vai acabar bem”. Segundo Harry, antes de anunciar publicamente que deixaria a realeza, ele conversou três vezes com sua avó e duas com seu pai, que depois disso parou de atender seus telefonemas.

Meghan e Harry participaram em março do ano passado do último compromisso real após anunciarem seu desligamento das funções reais. Desde então, eles passaram um período vivendo no Canadá e estão atualmente em Montecito, na Califórnia. O casal chegou a processar algumas publicações e paparazzi por invasão de privacidade.

A entrevista, que já era aguardada, ganhou mais força nos últimos dias, com a emissora veiculando trechos da conversa. Além disso, Meghan entrou em nova polêmica com a realeza britânica na última semana, já que o Palácio de Buckingham decidiu investigar um possível bullying da duquesa a funcionários.

SINAIS DE ALERTAS PARA SUICÍDIO

Falar sobre querer morrer, sobre não ter propósito, sobre ser um peso para os outros ou estar se sentindo preso ou sob dor insuportável
Procurar formas de se matar
Usar mais álcool ou drogas
Agir de modo ansioso, agitado ou irresponsável
Dormir muito ou pouco
Se sentir isolado
Demonstrar raiva ou falar sobre vingança
Ter alterações de humor extremas

O QUE FAZER

Não deixe a pessoa sozinha
Tire de perto armas de fogo, álcool, drogas ou objetos cortantes
Leve a pessoa para uma assistência especializada
Ligue para canais de ajuda
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É o telefone do Centro de Valorização da Vida (CVV). Também é possível receber apoio emocional via internet (www.cvv.org.br), email, chat e Skype 24 horas por dia

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