Além de Frota, apenas dois deputados mudaram voto sobre reforma da Previdência
Frota, um dos mais atuantes em defesa do projeto, foi favorável ao texto em julho e, agora, preferiu se abster
Além de Alexandre Frota (PSL-SP), apenas dois deputados mudaram o voto em relação à proposta de reforma da Previdência.
Em julho, Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) e Luiz Flavio Gomes (PSB-SP) apoiaram a restruturação nas regras de aposentadoria. Era a votação em primeiro turno.
Na madrugada desta quarta-feira (7), a proposta foi analisada em segundo turno pelo plenário da Câmara, mas os dois trocaram de lado -votaram contra a reforma.
Frota, um dos mais atuantes em defesa do projeto, foi favorável ao texto em julho e, agora, preferiu se abster. Ele tem feito duras críticas ao PSL e passa por uma crise com o partido do presidente Jair Bolsonaro.
Gomes informou à Folha de S.Paulo no começo da semana que deveria rever o voto.
Ele sustenta que a reestruturação das regras de aposentadoria é necessária para o país. Mas a postura do presidente Jair Bolsonaro nas últimas semanas, principalmente em relação a questões ambientais e a fatos durante a ditadura militar, fez o deputado reconsiderar o apoio à reforma.
O texto-base da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma da Previdência foi aprovado por 370 votos a 124, no segundo turno -mais a abstenção de Frota. O placar foi um pouco abaixo dos 379 votos a 131 na primeira votação.
Era necessário o apoio mínimo de 308 dos 513 deputados.
A ausência de alguns deputados foi o principal fator da diferença no resultado.
Ao todo, 18 deputados votaram no primeiro turno e não estiveram no plenário na madrugada desta quarta. Desses, sete eram favoráveis ao texto e 11, contrários.
Três parlamentares não participaram da votação em primeiro turno, mas opinaram na segunda etapa. General Girão (PSL-RN) foi favorável às mudanças nas regras de aposentadorias. Luiz Carlos Motta (PL-SP) e Bacelar (Podemos-BA) rejeitaram a proposta.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou nova sessão na manhã desta quarta para tentar concluir a votação da reforma da Previdência.
Com o texto-base aprovado, resta ainda analisar os chamados destaques -votações de trechos específicos do projeto e que podem alterar a reforma.
A equipe econômica vem trabalhando para evitar a aprovação de novos destaques e manter a proposta aprovada em primeiro turno, que garante uma economia de R$ 933,5 bilhões em dez anos.
A oposição tentará alterar alguns pontos do texto, como nas regras de pagamento da pensão por morte e na fórmula de cálculo das aposentadorias.
Foram apresentados oito destaques, sendo que sete são de partidos oposicionistas.
O governo precisa garantir ao menos 308 votos na análise de cada um desses destaques se quiser derrotar as propostas de mudanças na reforma.
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