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Geddel reaparece, exalta Lula e diz ‘vão ter que me engolir’

Ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 14 anos de prisão e ficou 4 anos preso em regime fechado


Por Folhapress Publicado 01/07/2022
O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) voltou à cena política da Bahia nesta sexta-feira (1º) e discursou publicamente pela primeira vez desde que foi preso em setembro de 2017, após a Polícia Federal descobrir um bunker com R$ 51 milhões em Salvador.
Geddel Vieira Lima quando era ministro de Dilma Rousseff (Valter Campanato/Agência Brasil)

O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) voltou à cena política da Bahia nesta sexta-feira (1º) e discursou publicamente pela primeira vez desde que foi preso em setembro de 2017, após a Polícia Federal descobrir um bunker com R$ 51 milhões em Salvador. Ele exaltou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem disse ter orgulho de ter sido ministro, fustigou o pré-candidato a governador ACM Neto (União Brasil) e disse que ninguém irá o constranger.

“Explorem o que quiser, falem o que quiser, mas não vão cassar minha cidadania. Não nasceu ainda nem na Bahia e no Brasil ninguém para cassar minha coragem. […] Os que quiserem explorar, que o façam. Sabe por quê? Eu vou lembrar velho Zagallo: vão ter que me engolir, porra.”
As declarações foram dadas durante o lançamento das chapas proporcionais do MDB da Bahia, na sede do partido, ao lado de Geraldo Júnior (MDB), candidato a vice-governador na chapa liderada por Jerônimo Rodrigues (PT).

O emedebista está em liberdade condicional desde fevereiro deste ano na condenação por lavagem de dinheiro. Ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 14 anos de prisão e ficou 4 anos preso em regime fechado.
Em seu discurso em Salvador, Geddel afirmou que candidaturas de Lula e do petista Jerônimo Rodrigues representam “um novo caminho de esperança”. E elogiou a retomada aliança do MDB com o PT da Bahia após 13 anos. “Jerônimo e Geraldo [Júnior], podem representar, junto com o ex-presidente Lula, a quem tive a honra de servir, como seu ministro, um novo caminho de esperança de olhar para os que mais precisam”, afirmou.

O emedebista ainda citou que enfrentou limitações para exercer sua militância e vocação, mas disse que ninguém vai o constranger. Afirmou ainda que não vai responder aos que o criticam no anonimato da internet: “Não respondo porque não frequento ou bato boca com cafua ou pé de escada”. Por fim, o emedebista conclamou aos adversários que debatam “na luz do dia, na clareza da planície”. E fez referência ao ex-prefeito de Salvador ACM Neto e ao prefeito Bruno Reis (União Brasil).

“Vamos, por exemplo, falar do adversário nosso tido como o mais forte, o ex-prefeito e seu menino, o prefeito. Para ficar bastante claro, não reconheço na Bahia e não reconheço no Brasil ninguém com autoridade política ou moral para apontar o dedo para o calvário que eu tenho enfrentado.”
A volta à cena de Geddel acontece no mesmo dia em que Lula desembarcou em Salvador, onde participa neste sábado (2) do cortejo cívico do 2 de Julho, data que marca a Independência da Bahia.
Também está na capital baiana a presidenciável Simone Tebet (MDB), correligionária de Geddel, além de Ciro Gomes (PDT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Antes de decidir pelo apoio ao PT, em abril deste ano, Geddel vinha sendo cortejado tanto pelo governador Rui Costa (PT) quanto por ACM Neto.
Geddel não possui cargo de comando no MDB, mas continua como figura influente nas decisões do partido. Ele estava presente no anúncio da parceria com o PT em abril, mas ficou longe dos holofotes.

Abordado por jornalistas na ocasião, Geddel afirmou que não estava participando do evento: “Eu sou curioso, vim aqui só para ver o movimento. Tenho uma reunião aqui em cima”, disse, enquanto seguia para o elevador do prédio comercial onde fica a sede do MDB baiano.
A aliança do PT com o MDB na Bahia representa uma reaproximação entre os partidos após 13 anos em campos opostos.

O MDB foi parceiro do PT na primeira eleição de Jaques Wagner em 2006, o partido rompeu com o governo em 2009 para lançar a candidatura de Geddel Vieira Lima ao governo do estado. Depois da derrota em 2010, Geddel se alinhou à oposição nas duas eleições seguintes.

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