Bolsonaro quer rever demarcações de terras indígenas
Presidente disse que, por ele, não teria mais reserva indígena no país. Chefe do Executivo acredita que há irregularidades nas delimitações
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que não vai mais demarcar terras indígenas e pretende rever delimitações feitas em governos anteriores. O chefe do Executivo disse suspeitar de irregularidades na forma como foram feitas. Na avaliação de Bolsonaro, há “muita terra para pouco índio”.
“Estamos avançando, está agora em estudo. Tem alguns índios vendendo suas reservas para estrangeiros explorá-las. É muita coisa estranha que acontece. Dá para sentir? É muita terra para pouco índio e sem lobby. Qual interesse está por trás disso?”, questionou o presidente nesta sexta-feira (30) ao deixar o Palácio da Alvorada.
“Decisão minha. Eu, não sendo obrigado, não tem mais reserva indígena no Brasil. Vamos rever as que foram demarcadas com laudos com muita suspeição de fraude”, indicou Bolsonaro. O presidente disse não temer decisões contrárias por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) por considerar inconstitucional decisão neste sentido. “Se houver irregularidade não é inconstitucional”, justificou o presidente.
Segundo Bolsonaro, há cerca de 400 pedidos de demarcações em andamento atualmente.
Na opinião do presidente, no fim do governo de José Sarney, teve início uma “indústria de demarcações de terras indígenas” no Brasil. O chefe do Executivo citou um programa de desenvolvimento em defesa da região Norte do Brasil idealizado em 1985, que previa a ocupação militar de uma faixa do território nacional situada ao norte da calha dos rios Solimões e Amazonas.
De acordo com Bolsonaro, esse projeto foi desviado com influência estrangeira para a demarcação de terras para índios. “O índio, hoje em dia, quer se integrar à sociedade Ninguém está fazendo nenhuma maldade com ele não”, resumiu.
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