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Exame é adquirida em leilão pelo BTG Pactual por R$ 72 milhões

Grupo Abril afirmou que "a venda do ativo, que tem alto valor agregado dada a sua reputação no setor de mídia, foi a alternativa que melhor se apresentou para equacionar algumas das obrigações da empresa dentro do atual contexto de mercado e da própria companhia"


Por Nani Camargo Publicado 05/12/2019
Reprodução

A revista Exame, do Grupo Abril, foi arrematada por R$ 72,3 milhões em leilão pelo BTG Pactual nesta quinta-feira (5), na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, no centro de São Paulo. O banco foi o único habilitado.

A compra vai passar agora por avaliação pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Ministério da Justiça), com conclusão aguardada já para a primeira semana de janeiro, por se tratar de banco, sem afetar a concentração no setor de mídia.
Como depende ainda da aprovação formal, o BTG limitou-se em nota a confirmar seu interesse pela Unidade Produtiva Individual Exame -como foram designados a revista impressa quinzenal e suas plataformas digitais.

Também em nota, o Grupo Abril afirmou que “a venda do ativo, que tem alto valor agregado dada a sua reputação no setor de mídia, foi a alternativa que melhor se apresentou para equacionar algumas das obrigações da empresa dentro do atual contexto de mercado e da própria companhia”.

Como parte do Plano de Recuperação Judicial aprovado em agosto, visando enfrentar uma dívida acumulada que passou de R$ 1,6 bilhão, outras duas UPIs devem ser leiloadas ao longo dos próximos três anos, reunindo o prédio central na Marginal Tietê, na capital, e outros imóveis em Campos do Jordão, no interior.

Perto de um ano atrás, ao comprar a Abril da família Civita, o empresário Fábio Carvalho já havia confirmado o interesse do BTG na Exame. O banco apoiou Carvalho na aquisição e renegociação da maior parte da dívida do grupo, de R$ 1,1 bilhão, com os credores Itaú, Bradesco e Santander.

O propósito do BTG, que já tinha uma parceria comercial com as plataformas digitais da Exame, é estabelecer um projeto semelhante ao de sites como Infomoney, ligado à XP Investimentos. Mas em conversas prévias o banco apontou para uma maior independência editorial.
Pelo que se apurou, o projeto prevê uma ampliação do noticiário financeiro do site, mas mantendo o leque de cobertura de outros setores para a edição impressa. Haveria uma separação clara para o leitor entre as notícias e as ferramentas de investimento do BTG.

Para tanto, a redação passaria a se reportar a um conselho editorial, não diretamente ao banco, e manteria sua composição atual, perto de 60 jornalistas. A previsão é que ela seja transferida para a zona sudoeste de São Paulo, em imóvel a ser definido, próximo à avenida Faria Lima.

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