Após Paraisópolis, Doria lança festival para talentos musicais de favelas
O evento ocorrerá em março de 2020. Os selecionados, segundo o governo, serão contemplados com cursos profissionalizantes
Na entrevista concedida à imprensa para apresentar os detalhes do festival, Doria disse que o evento não é uma reação ao que aconteceu em Paraisópolis. Segundo ele, o festival vinha sendo preparado há quatro meses. Depois das mortes, tanto o governo do Estado quanto a Prefeitura foram pressionados pelos moradores de Paraisópolis a atender demandas sociais e até a realizar um baile funk com regras, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo.
“Quero deixar bem claro que isso não foi resultante do tema Paraisópolis, isso estava dentro da nossa política pública. Foram quatro meses de preparo”, disse o governador. Ele disse que o anúncio nesta sexta ocorreu na data prevista e foi feito dentro do timing programado.
A ação, segundo o Estado, oferecerá espaço e estímulo aos talentos musicais emergentes das favelas de todas as regiões de São Paulo, “impulsionando carreiras e contribuindo para a profissionalização de novos artistas”.
O FavelaFest promoverá uma mobilização em mais de 400 favelas do Estado. Os artistas poderão inscrever suas produções, que serão avaliadas por um júri e por votação popular em três etapas, explicou o governo.
“É importante entender e trabalhar com o fato de que talento, diversidade, potência, garra e criatividade são ativos que existem em todas as comunidades do Estado de São Paulo. Nossa função é dar vez e voz a tudo isso, potencializando, difundindo e transformando esse potencial em renda, emprego e desenvolvimento”, disse o secretário da Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão.
O evento ocorrerá em março de 2020. Os selecionados, segundo o governo, serão contemplados com cursos profissionalizantes, oportunidade de gravações profissionais e divulgação de seus trabalhos. Os finalistas se apresentarão no Memorial da América Latina, em evento destinado à música e a economia criativa produzida nas favelas.
Na entrevista, o governador voltou a comentar o caso de Paraisópolis. Questionado sobre a possibilidade de o Estado pagar indenizações a parentes das vítimas, Doria disse que é preciso aguardar. “Temos que aguardar o final do inquérito. O Estado não pode precipitar juízo a esse respeito. Há uma inquérito policial transparente com acompanhamento da promotoria e defensoria pública, da OAB. Se na conclusão houver uma circunstância onde o Estado tenha culpa, vamos agir como agimos na Escola Raul Brasil, em Suzano, pagando indenizações, fazendo isso com a mesma brevidade”, apontou o governador.
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