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Praias de SP ficam sem monitoramento da qualidade da água na pandemia

Interrupção temporária no monitoramento ocorreu ainda na segunda quinzena do mês de março, quando o governo do Estado decretou as primeiras medidas de isolamento social


Por Folhapress Publicado 06/07/2020
Foto: Divulgação/Prefeitura de Praia Grande/Marcelo Guedes

  A pandemia do novo coronavírus fez com que o monitoramento da qualidade das praias de São Paulo fosse suspenso pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).

A interrupção temporária no monitoramento ocorreu ainda na segunda quinzena do mês de março, quando o governo do Estado decretou as primeiras medidas de isolamento social. Em tese, a medida não deveria gerar problema nos últimos quatro meses, já que, ainda que a água estivesse imprópria para banho, com a quarentena ninguém deveria usar as praias.

Mas não foi isso que se viu em algumas cidades. Houve casos em que as prefeituras do litoral criaram barreiras nas entradas do município e até mesmo interromperam o acesso de veículos não fossem da cidade.

Foi o caso de Ilhabela, que passou a fazer a triagem na balsa e que viu um funcionário ser agredido durante o controle de acesso à travessia.

Na Rodovia dos Tamoios (SP-99), um bloqueio chegou a ser feito para permitir só a passagem de moradores que comprovassem residência em cidades como Ilhabela, São Sebastião, Ubatuba e Caraguatatuba.

O programa de balneabilidade das praias paulistas existe desde 1968, quando teve início a retirada de amostras da água na Baixada Santista, número que chegou a 177 pontos de monitoramento no final do ano passado.

No último levantamento, de 15 de março, 55 pontos estavam impróprios para banho em São Paulo. A Cetesb informou que os resultados históricos de balneabilidade das praias de São Paulo mostram que, no período de inverno, a qualidade da água tende a ser melhor.

“Este fato decorre, principalmente, da diminuição das chuvas, que podem carrear esgoto, lixo e outros detritos para as praias pelas galerias, córregos e canais de drenagem”, diz comunicado da agência.

Não há prazo para o retorno do monitoramento semanal das praias, o que dependerá das orientações das autoridades de saúde, segundo a Cetesb.
Ainda conforme a companhia ambiental, as atividades emergenciais de amostragem de água estão sendo mantidas durante o período e que, devido à quarentena, a população foi orientada a não utilizar as praias para recreação, para evitar as aglomerações.

No fim do ano passado, conforme a Folha mostrou, em todo o estado o total de pontos considerados péssimos quase dobrou, passando de 16 para 29. O levantamento da balneabilidade em São Paulo tem como objetivo mostrar onde há necessidade de investimentos a órgãos públicos e informar a população sobre quais praias podem por a saúde em risco.

As medições semanais da Cetesb são disponibilizadas no site da companhia (www.cetesb.sp.gov.br) e num aplicativo para smartphones.

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