Suspensão de testes da vacina de Oxford contra covid-19 não é revés, diz Londres
AstraZeneca divulgou um comunicado na noite desta terça-feira (8) para relatar a pausa nos testes depois que um voluntário no Reino Unido sofreu uma reação adversa grave
A interrupção dos ensaios clínicos da vacina contra a covid-19 realizados pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca não é um retrocesso e não é a primeira vez que isso acontece, afirmou o ministro britânico da Saúde, Matt Hancock, nesta quarta-feira (9).
A AstraZeneca divulgou um comunicado na noite desta terça-feira (8) para relatar a pausa nos testes depois que um voluntário no Reino Unido sofreu uma reação adversa grave. Essa vacina, considerada uma das mais avançadas no mundo, estava em fase final de estudos clínicos antes de receber autorização dos órgãos reguladores para prosseguir com a imunização da população.
Falando à SkyNews, Hancock admitiu que a interrupção é “obviamente um desafio. Mas, na verdade, não é a primeira vez que isso acontece com a vacina Oxford e é um processo normal em testes clínicos”. De acordo com o ministro, os próximos passos dependerão do que os pesquisadores “encontrarem quando fizerem a investigação” do caso.
A AstraZeneca não divulgou informações sobre o estado de saúde do voluntário que adoeceu, mas a mídia destacou nesta quarta que sua recuperação é esperada.
ACORDO BRASILEIRO
A vacina de Oxford estava sendo testada no Brasil em cerca de 5 mil pessoas. Participam ainda dos estudos os Estados Unidos e a África do Sul, além do Reino Unido, primeiro país a testar o produto.
O estudo brasileiro, iniciado em junho, está sendo coordenado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Procurada, a instituição informou que os testes foram suspensos em todos os centros no mundo, inclusive no Brasil, e afirmou que a pausa segue os padrões de segurança preconizados no protocolo do estudo da vacina de Oxford.
O acordo do governo brasileiro com a AstraZeneca garante acesso a 100 milhões de doses do insumo da vacina, das quais 30 milhões de doses seriam entregues entre dezembro e janeiro e 70 milhões, ao longo dos dois primeiros trimestres de 2021.
A decisão do laboratório britânico ocorreu no dia em que o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que em “janeiro a gente começa a vacinar todo mundo”. O governo federal abriu crédito de cerca de R$ 2 bilhões para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) receber, processar, distribuir e passar a fabricar sozinha a vacina.
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