Quedas e sofrimento de sul-americanos nas semifinais do Mundial alertam Flamengo
Desde 2015 o campeão da Copa Libertadores não consegue avançar nos 90 minutos regulamentares, sendo até mesmo derrotados em algumas delas
Protocolar para os times europeus, que nunca ficaram fora de uma decisão do Mundial de Clubes desde a adoção do atual formato de disputa pela Fifa em 2005, as semifinais do torneio têm sido um tormento para os sul-americanos, com eliminações precoces ou triunfos sofridos. Tanto que desde 2015 o campeão da Copa Libertadores não consegue avançar nos 90 minutos regulamentares, sendo até mesmo derrotados em algumas delas.
Nas últimas 14 edições, foram dez classificações de times sul-americanos nas semifinais, com quatro quedas. Mas esses números não indicam todas as dificuldades enfrentadas por esses times, especialmente a partir de 2010, quando o Mundial teve a sua principal zebra envolvendo um campeão da Libertadores, o Internacional, derrotado por 2 a 0 pelo Mazembe, da República Democrática do Congo.
Naquela oportunidade, o time gaúcho, que contava com ídolos históricos como D’Alessandro e Rafael Sobis, sonhava com o seu segundo título mundial, mas parou no modesto clube da República Democrática do Congo, liderado por uma histórica atuação do carismático goleiro Kidiaba e com os gols marcados por Kabangu e Kaluyituka.
Um vexame sul-americano – e brasileiro – contra um time africano se repetiria em 2013. No Marrocos, o Atlético-MG, de Ronaldinho Gaúcho e Cuca, até contou com um belo gol de falta da sua principal estrela, mas caiu diante do local Raja Casablanca por 3 a 1, sendo vazado por Iajour, Moutaouali e Mabide.
Uma derrota para um time anfitrião do Mundial se repetiria em 2016. No Japão, o Atlético Nacional viu o seu favoritismo ruir diante do Kashima Antlers, que contou com um polêmico pênalti marcado pelo VAR para se tornar o primeiro asiático a disputar uma decisão do Mundial depois de aplicar 3 a 0 na equipe colombiana, com gols de Doi, Endo e Suzuki.
Já o River Plate, apenas nove dias após superar o rival Boca Juniors na decisão da Libertadores de 2018, foi outra vítima de um time da casa. Nos Emirados Árabes Unidos, cedeu o empate ao Al Ain por 2 a 2, depois sendo batido na disputa de pênaltis no ano passado.
Em outras dez semifinais, os times sul-americanos conseguiram se classificar à decisão, mas só duas vezes sem maiores sustos, em 2008, quando a LDU aplicou 2 a 0 no Pachuca, e também em 2011, quando o Santos fez 3 a 1 no Kashiwa Reysol antes de ser goleado por 4 a 0 pelo Barcelona na decisão.
Em duas delas, em 2013 e 2017, San Lorenzo e Grêmio só conseguiram passar por Auckland e Pachuca, respectivamente, na prorrogação. Além disso, em outras seis vezes, o triunfo se deu por diferença de apenas um gol. Foi assim até mesmo com os três últimos brasileiros campeões mundiais, o São Paulo de 2005 (3 a 2 no Al-Ittihad), o Inter de 2006 (2 a 1 no Al-Ahly) e o Corinthians de 2012 (1 a 0 no Al-Ahly).
Sabedor desse histórico dos times sul-americanos e preocupado com as dificuldades que o Al Hilal pode impor ao Flamengo nesta terça-feira, o técnico Jorge Jesus se recusou a comentar sobre um possível confronto com o Liverpool. “Temos um jogo antes, estão se esquecendo pois é uma equipe saudita. Há a tendência de não se valorizar o que não é a Europa. Não há no continente asiático uma equipe como o Al Hilal”, disse o português.
Confira os resultados das semifinais do Mundial com a participação de clubes sul-americanos:
2005 – Al-Ittihad 2 x 3 São Paulo
2006 – Al-Ahly 1 x 2 Internacional-RS
2007 – Étoile du Sahel 0 x 1 Boca Juniors
2008 – Pachuca 0 x 2 LDU
2009 – Pohang Steelers 1 x 2 Estudiantes
2010 – Mazembe 2 x 0 Internacional-RS
2011 – Kashiwa Reysol 1 x 3 Santos
2012 – Al-Ahly 0 x 1 Corinthians
2013 – Raja Casablanca 3 x 1 Atlético Mineiro
2014 – San Lorenzo 2 x 1 Auckland (jogo definido na prorrogação)
2015 – Sanfrecce Hiroshima 0 x 1 River Plate
2016 – Atlético Nacional 0 x 3 Kashima Antlers
2017 – Grêmio 1 x 0 Pachuca (jogo definido na prorrogação)
2018 – River Plate 2 x 2 Al Ain (4 x 5 nos pênaltis)
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