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Rebeca tem desempenho histórico com ouro e prata no Mundial de ginástica

Neste domingo (24), às 5h, ela ainda se apresentará na final da trave


Por Folhapress Publicado 23/10/2021
Foto: Jonne Roriz/COB

Rebeca Andrade voltou a fazer história. Medalhista olímpica de ouro no salto há menos de três meses, ela agora também é campeã mundial nesse aparelho. Neste sábado (23), a brasileira confirmou o favoritismo e venceu com sobras a prova no Campeonato Mundial de ginástica artística em Kitakyushu, no Japão.

Cerca de duas horas depois, levou a prata nas barras assimétricas. A primeira ginasta do país a ir ao pódio em Olimpíadas agora também é a primeira representante, entre homens e mulheres, a conquistar duas medalhas numa mesma edição do Mundial.


No salto, a média de suas duas notas foi 14,966, bem acima da segunda colocada, a italiana Asia D’Amato, com 14,083. Na classificação, Rebeca já havia ficado confortavelmente à frente das concorrentes, com 14,800.
A russa Angelina Melnikova, única entre as outras finalistas dos Jogos de Tóquio a também marcar presença na final em Kitakyushu, foi bronze (13,966).


A brasileira de 22 anos se juntou a outros quatro representantes do país que já obtiveram a primeira posição em Mundiais: Daiane dos Santos, Diego Hypolito, Arthur Zanetti e Arthur Nory. Na ginástica feminina, o Brasil tinha até então duas medalhistas além de Daiane, ouro no solo em 2003: Jade Barbosa, com dois bronzes, um deles também no salto, em 2010, e Daniele Hypolito, prata no solo em 2001.


Nas barras assimétricas, Rebeca também havia avançado à final com a maior nota (15,100), mas cometeu um erro em sua apresentação na final e recebeu 14,633. Acabou superada pela chinesa Xiaoyuan Wei (14,733). O bronze foi para a outra chinesa, Rui Luo, também com 14,633, mas que teve nota de partida menor que a da brasileira e por isso terminou na terceira posição.


Ainda que tivesse nível técnico para sair com dois ouros, o desempenho que garantiu a prata nas barras credencia Rebeca a competir em alto nível em um aparelho no qual não fez final em Tóquio. O primeiro Mundial após as Olimpíadas costuma ser desfalcado de estrelas e tem apenas as disputas individuais. Esta é a primeira vez desde 1996 que a competição é realizada no mesmo ano dos Jogos Olímpicos, em razão das mudanças de calendário provocadas pela pandemia.


Sem Simone Biles na disputa, Rebeca é tratada como principal nome do evento, ao lado do atleta da casa Daiki Hashimoto, e justificou neste sábado seu novo papel como celebridade do esporte. Por opção dela e da Confederação Brasileira de Ginástica antes da competição, Rebeca não se apresentou no solo. Com isso, também não disputou medalha no individual geral (em que as ginastas competem nos quatro aparelhos).


A performance no tablado é a mais exigente para os joelhos, parte do corpo especialmente sensível para a atleta. Ela já passou por três cirurgias no joelho direito e, por causa disso, perdeu os Mundiais de 2015, 2017 e 2019. Agora, além de aproveitar o momento especial de brilho na carreira, Rebeca também deseja se poupar com os Jogos Olímpicos de Paris-2024 na mira.


Neste domingo (24), às 5h, ela ainda se apresentará na final da trave, em que não é favorita -passou com a última nota na classificatória. Caio Souza encerra a participação do Brasil nas barras paralelas às 6h.

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