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Aras bate boca com colega do MPF durante sessão de conselho

Um tumulto verbal entre conselheiros antecedeu o embate, ocorrido entre Augusto Aras e o conselheiro Nivio de Freitas Silva Filho


Por Folhapress Publicado 24/05/2022

O procurador-geral da República, Augusto Aras, bateu boca e partiu para cima de um colega durante sessão extraordinária do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) nesta terça-feira (24).

O conflito interrompeu uma votação de candidatos para as sete câmaras de coordenação e revisão do MPF. Ao todo, 27 subprocuradores-gerais da República apresentaram seus nomes para liderar as câmaras temáticas no biênio entre 2022 e 2024.


Um tumulto verbal entre conselheiros antecedeu o embate, ocorrido entre Aras e o conselheiro Nivio de Freitas Silva Filho.


Com o dedo em riste e em direção a Freitas, Aras começou a pedir respeito entre os conselheiros. “Eu só não posso admitir aqui essa bagunça que o colega…”, disse o PGR, que preside o colegiado, antes de tentar retomar a votação.


“Não. Bagunça… Vossa excelência também interferiu quando o colega estava falando. Então se vossa excelência quer respeito, me respeite também”, respondeu o conselheiro Nivio de Freitas Silva Filho.


“Vossa excelência não é digno de respeito”, rebateu Aras. O bate-boca se intensificou. Aras, então, levantou-se da cadeira e partiu em direção a Freitas. Outros colegas deixaram seus lugares, às pressas, para impedir o confronto físico.


A sessão estava sendo transmitida pela internet e foi interrompida logo em seguida. Cerca de dez minutos antes da confusão, Niveo de Freitas já tinha expressado contrariedade ao ser interrompido por Aras enquanto declarava seu voto em uma candidata. O PGR não deixou o conselheiro terminar de falar um dos nomes que havia escolhido.


O Conselho Superior, presidido por Aras e composto por outros dez subprocuradores-gerais, é a instância máxima de deliberação dentro do MPF.


Em 2020, Nivio de Freitas Silva Filho se opôs publicamente a Aras ao assinar uma carta aberta em que criticava suas declarações sobre a atuação das forças-tarefas da Operação Lava Jato.


“As palavras do procurador-geral da República pavimentam trilha diversa e adversa, uma vez que alimentam suspeitas e dúvidas na atuação do MPF”, dizia o documento, assinado por outros integrantes do CSMPF.


A carta aberta ainda afirmava que um Ministério Público “desacreditado, instável e enfraquecido” atendia aos interesses daqueles que se posicionam à margem da lei.

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