Bolsonaro reúne ministros no Conselho de Governo sem participação de Mourão
Reunião do Conselho de Governo foi convocada na terça-feira (7) pelo presidente, que ainda anunciou a pretensão de convocar o Conselho da República para "enquadrar" os demais Poderes
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), reúne ministros do governo no Palácio do Planalto no período da manhã desta quarta-feira (8) após as manifestações do 7 de Setembro. A reunião do Conselho de Governo foi convocada na terça-feira (7) pelo presidente, que ainda anunciou a pretensão de convocar o Conselho da República para “enquadrar” os demais Poderes.
O encontro ainda não entrou na agenda oficial do Planalto. O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, não participa da reunião e deve cumprir agenda no Pará.
O Conselho de Governo tem caráter consultivo, para discutir ações da gestão federal. É o próprio presidente quem convoca os membros para a reunião e designa um deles para presidir o encontro.
Dois ministros ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo na terça afirmaram que a pauta da reunião será a análise dos atos do dia 7 e negaram que a convocação do Conselho da República esteja entre os temas do encontro.
Citada pelo presidente em seu discurso durante as manifestações de 7 de Setembro em Brasília, a reunião do Conselho da República, que avalia pedidos de intervenção federal ou de decretos de estado de sítio, não está agendada.
No discurso em tom de ameaça aos outros Poderes, Bolsonaro disse que os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, também participariam da reunião, mas até agora nenhum foi convidado. Nos últimos meses, Lira e Pacheco têm sinalizado que não apoiarão tentativas de ruptura institucional por parte de Bolsonaro.
Fux, que não participa formalmente do Conselho da República, já afirmou por meio de sua assessoria que não iria a qualquer reunião do colegiado, uma vez que não faz parte dele, de acordo com a previsão constitucional.
Em seu discurso em São Paulo, onde manteve o tom de ataques ao Supremo, Bolsonaro não mencionou qualquer encontro com integrantes de outros poderes.
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