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Brasil tem menor taxa de contágio de coronavírus desde final de abril

Índice agora é de 0,94, o que significa que cada 100 contaminados passam o coronavírus para outros 94, que por sua vez transmitem a doença para mais 88, reduzindo progressivamente o alcance da doença


Por Folhapress Publicado 02/09/2020
Foto: Roberto Gardinalli

O Brasil está entre os seis países sul-americanos que iniciaram esta semana com a transmissão de coronavírus sob controle, segundo cálculos do Imperial College, referência em acompanhamento de epidemias.

A taxa de transmissão (Rt) brasileira estimada pelo centro de acompanhamento de epidemias britânico é a menor desde o final de abril.

O índice agora é de 0,94, o que significa que cada 100 contaminados passam o coronavírus para outros 94, que por sua vez transmitem a doença para mais 88, reduzindo progressivamente o alcance da doença.

Peru e Bolívia (ambos com 0,88), Colômbia (0,92), Equador (0,94) e Chile (0,97) também estão no grupo dos sul-americanos que veem a transmissão em desaceleração. Desses, o Chile é o que registra há mais tempo índices favoráveis: está é a décima semana seguida em que o Rt chileno não sobe acima de 1.

Venezuela (1,06), Argentina (1,09) e Paraguai (1,32) registram aceleração do contágio, de acordo com os cálculos do Imperial College, feitos a partir do número de mortes informadas.

Apesar das boas notícias, a Opas (braço americano da Organização Mundial da Saúde) afirmou nesta quarta (2) que os países não podem relaxar sua vigilância.
“Ninguém deve cantar vitória. Mesmo os que experimentam redução nos números não estão fora de perigo. Ainda há áreas em que a população está exposta”, afirmou o diretor de doenças transmissíveis da entidade, Marcos Espinal.

Ao todo, o número de países acompanhados pelo Imperial College por estarem com transmissão ativa (ou seja, ao menos dez mortes em cada uma das duas últimas semanas) continua crescendo. Eram 51 na primeira semana de maio e agora são 72.

O Imperial College calcula a taxa de transmissão com base no número de mortes reportadas, porque o dado é menos sujeito a subnotificações que o de casos registrados; como há uma defasagem entre o momento do contágio e a morte, mudanças nas políticas de combate à epidemia levam em média duas semanas para se refletirem nos cálculos.

Com base no número de mortos, o Imperial College também estima a acurácia do número de casos informados pelos países. Este indicador no caso brasileiro é de 64% nesta semana, ou seja, o país registra cerca de dois terços dos casos de covid-19.

Na ponderação pela população, o Brasil continuou reduzindo o número de novos casos por 100 mil habitantes. Nos 14 dias encerrados nesta quarta (2), foram 257 novos casos por 100 mil habitantes, contra 268/100 mil na semana anterior e dos 291/100 mil registrados há um mês.

Na última quinzena, Argentina, Colômbia e Peru registraram maior proporção de novos casos por habitante que o Brasil.

Com exceção do Uruguai e da Guiana, que registram apenas focos isolados, todos os países sul-americanos apresentam transmissão comunitária, segundo relatório semanal divulgado pela OMS na segunda (31).

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