Demitido da Casa Civil por uso de avião da FAB ganha cargo no Meio Ambiente
Com um salário de R$ 13.623,39, José Vicente Santini será assessor especial do ministro Ricardo Salles
Demitido do posto de secretário-executivo da Casa Civil em janeiro deste ano após usar um jato da FAB (Força Aérea Brasileira) para uma viagem exclusiva para a Índia, José Vicente Santini ganhou um cargo no Ministério do Meio Ambiente.
Com um salário de R$ 13.623,39, Santini será assessor especial do ministro Ricardo Salles. A portaria com a nomeação foi publicada no “Diário Oficial da União” desta quarta-feira (16).
Santini foi demitido por ter utilizado uma aeronave oficial com apenas três passageiros (ele e duas assessoras) para voar de Davos (Suíça), onde participava do Fórum Econômico Mundial, para a Índia, onde o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cumpria agenda.
O secretário representava o então titular da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que estava em férias.
À época, Bolsonaro classificou o episódio como “inadmissível”, mas disse que o uso da aeronave não é “ilegal” mas “imoral”.
Já naquela época, ao dizer que Santini deixaria o posto, o presidente não havia excluído a possibilidade de ele ocupar outras funções no governo federal.
Santini é formado em direito pela Universidade Católica de Brasília e tem mestrado e doutorado pela UniCeuB.
Antes de ser o número dois da Casa Civil, ele assumiu a Subchefia de Acompanhamento e Monitoramento, onde acompanhou casos como o desastre de Brumadinho (MG).
Ele chegou ao governo com respaldo da família Bolsonaro por ter amizade desde a infância com os filhos do presidente.
Assumiu o cargo de secretário-executivo quando o antigo ocupante do posto, Abraham Weintraub, foi indicado para ser ministro da Educação, em abril de 2019.
Santini conheceu a família Bolsonaro dos círculos de militares por ser filho de general do Exército.
Desde que entrou para o governo, costumava fazer publicações em redes sociais com filhos do presidente, como o deputado Eduardo (PSL-SP) e o senador Flávio (Republicanos-RJ), além de trocarem mensagens em tom elogioso um ao outro.
Antes de assumir cargo público, era sócio de um escritório de advocacia em Brasília. Em seu currículo público, disponível em suas redes sociais, Santini diz ter trabalhado entre 2007 e 2012 no Ministério da Defesa com assuntos ligados a privatizações e aviação civil.
Em março, Bolsonaro publicou decreto restringindo o uso de voos da FAB por autoridades.
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