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Empresa da família de Maluf devolve mais de R$ 150 milhões à Prefeitura de SP

O ex-prefeito e o seu filho tiveram a prisão decretada nos Estados Unidos e na França, além do pagamento de multas, e entraram na difusão vermelha da Interpol


Por Folhapress Publicado 19/04/2023
Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados

A Prefeitura de São Paulo recebeu, nesta terça-feira (19), um depósito de mais de R$ 150 milhões do Banco BTG Pactual e Eucatex.

O valor é referente a parte do acordo firmado entre empresas, o Ministério Público de São Paulo e a PGM (Procuradoria Geral do Município) que visa recuperar US$ 60 milhões desviados durante a gestão de Paulo Maluf (1993-1996), homologada pela Justiça.


Além do valor já depositado, em breve serão liberados outros dois depósitos de R$ 15 milhões para a Justiça Estadual e outros R$ 20 milhões para a Justiça Federal.


O BTG ainda vai pagar outros US$ 23 milhões referentes às despesas e custos processuais fixados judicialmente na Ilha de Jersey e Ilhas Virgens Britânicas. Devido a esse pagamento, a família Maluf vai perder mais de 1/3 da Eucatex e, por isso, as ações são passadas ao BTG Pactual.


Com isso, o valor será pago de uma só vez à prefeitura.

Em 2017, o ex-prefeito é condenado a nove anos e sete meses de prisão pelo caso. Maluf, 91, cumpre prisão domiciliar.


O dinheiro é referente a desvios na construção da avenida Água Espraiada, hoje chamada Jornalista Roberto Marinho, na zona sul da capital, e no túnel Ayrton Senna.

O acordo foi assinado entre os órgãos públicos, a empresa Eucatex (pertencente à família Maluf) e as offshores Kildare, Durant e MacDoel.


O desvio de verba usava empresas-fantasmas contratadas pela construtora responsável pelas obras. À época, funcionários de empresas investigadas confessaram aos promotores que receberam por serviços que não foram executados.


As três offshores serviram de intermediárias para que o dinheiro chegasse, ao fim, à empresa da família —que sempre negou as irregularidades.


Com o acordo, as offshores são liquidadas e a Eucatex será excluída dos processos judiciais que a Promotoria move no caso, além de ter as contas desbloqueadas.


O encerramento do processo não exclui, porém, as medidas judiciais contra os membros da família Maluf. O Ministério Público ainda quer obter o pagamento de US$ 250 milhões a partir de seus patrimônios pessoais.


O acordo, porém, é resultado de uma ação civil pública proposta em 2001 pelos promotores Silvio Marques, Karyna Mori e José Carlos Blatt, da Promotoria do Patrimônio Público, contra Maluf, membros de sua família e empresas envolvidas nos desvios.

Segundo a investigação, os US$ 300 milhões desviados foram para contas bancárias em paraísos fiscais como ilhas Jersey, Suíça e Ilhas Virgens Britânicas.


Somado a termos assinados com bancos internacionais que chegaram a US$ 55 milhões e a outras repatriações de valores que envolvem o caso, os promotores calculam que o total recuperado no caso é de mais de US$ 100 milhões.

Empresa da família de Maluf

É menos do que o valor do prejuízo ao município com os desvios, que, segundo o Ministério Público.


À época do anúncio do acordo, há um mês, a Eucatex afirmou, no entanto, que o acordo “põe fim a uma duradoura controvérsia jurídica em múltiplas jurisdições relacionada a acontecimentos de 1997 e que levou a liquidação judicial de veículos constituídos nas Ilhas Virgens Britânicas que detinham um percentual relevante do capital social” da empresa.


A família Maluf, contudo, já respondeu a processos em três países, além do Brasil, pelo caso.

O ex-prefeito e o seu filho tiveram a prisão decretada nos Estados Unidos e na França, além do pagamento de multas, e entraram na difusão vermelha da Interpol à época.


Em suma, procurada para comentar o caso , a defesa da família Maluf não se manifestou.

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