‘Entre a toga e meu filho, defendo ele’, diz juiz que soltou filho no Piauí
O magistrado alegou assumir os riscos de conceder a liberdade, e disse que temia pela integridade física do filho
O juiz da 1ª Vara da comarca de Floriano, no Piauí, Noé Pacheco de Carvalho, declarou que prefere o filho à toga diante da decisão tomada por ele no dia 29 de março. Na data, o magistrado concedeu a liberdade provisória ao próprio filho, Lucas Manoel Soares Pacheco, que foi autuado por conduzir um veículo com sinais de embriaguez e se envolver em um acidente. Uma mulher ficou ferida na ocasião.
“Entre defender a toga e defender um filho meu, eu ainda prefiro defender um filho. Defender um filho, principalmente, vendo que nas circunstâncias eu estava diante de uma situação em que era permitido. Estou preparado para tudo. Não vou baixar a cabeça. No dia em que essa toga não me pertencer mais, não vou morrer também”, disse o juiz em um áudio encaminhado ao Fantástico, da TV Globo.
Carvalho alegou que se tratava de um caso onde o réu era primário, com “bons antecedentes”, em um acidente que não houve “maiores consequências”. O magistrado alegou assumir os riscos de conceder a liberdade, e disse que temia pela integridade física do filho.
“Imagina você botar o próprio filho de um juiz na mesma cela de uma outra pessoa, sabendo que aquele rapaz é filho de juiz”, alegou no áudio enviado para a TV Globo. Na visão do magistrado, liberar o próprio filho não é nenhuma “aberração”.
“Eu parto do entendimento de que da mesma forma como é urgente você decretar uma prisão preventiva, se faz urgente também você conceder liberdade naqueles casos em que a lei permite. E assim foi feito. Não há nenhuma aberração nisso”, disse.
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