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‘Eu vou para a UTI, só não tem vaga’: filha mostra última mensagem enviada pela mãe, morta pela covid-19

A situação no Rio Grande do Sul é crítica, com filas de espera para leitos de UTI. O governo estuda, inclusive, alugar contêineres refrigerados para abrigar um possível excesso de corpos de pessoas que faleceram por conta da covid-19


Por Redação Educadora Publicado 05/03/2021
Foto: Reprodução/Twitter

A assistente comercial Giulia Mariana compartilhou, no último dia 3 de março, a última conversa que teve com a mãe, Valéria, de 42 anos, que faleceu em decorrência da covid-19 no Rio Grande do Sul horas antes. Internada em um hospital público na cidade de Esteio, a 25 km da capital Porto Alegre, Valéria informou à filha a necessidade de transferência para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que estava lotada. As informações são do portal da BBC Brasil.

Foto: Reprodução/Twitter

Eu vou pra UTI, só não tem vaga em nenhum lugar. Amo vocês”, escreveu a mãe para a filha. Como resposta, Giulia pediu forças à mãe. A troca de mensagens aconteceu no dia 27 de fevereiro.

De acordo com Giulia, a família acredita que a mãe tenha se contaminado ao atender um cliente na sorveteria que possuía, mesmo sempre tomando todos os cuidados necessários para evitar o contágio. Os primeiros sintomas começaram a aparecer por volta do dia 17 de fevereiro, quando ela começou a tossir muito. Giulia, então, relata que Valéria foi ao hospital algumas vezes, porém, ao apresentar melhora, era liberada para que outro paciente pudesse ser atendido.

A situação se agravou no dia 20 de fevereiro. O quadro de diabetes e asma que Valéria possuía foi um dos fatores que contribuíram para que ela fosse internada na área de emergência de um hospital público. “Ela sempre mandava mensagens para a gente porque podia ficar com o celular enquanto estava internada. Porém, ninguém podia visitá-la, só o meu pai que podia ir para levar algo que ela precisasse”, disse Giulia. “Ela precisava disso (um leito de UTI). Ligamos para hospitais, até do litoral, inclusive particulares, e nada. Havia um leito em um hospital de Santa Maria, mas era a cinco hora de viagem e os médicos avisaram que ela não aguentaria o trajeto”, completou a filha.

A situação no Rio Grande do Sul é crítica, com filas de espera para leitos de UTI. O governo estuda, inclusive, alugar contêineres refrigerados para abrigar um possível excesso de corpos de pessoas que faleceram por conta da covid-19.

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