Ex-mascote da primeira-dama, cão Augusto volta a ser Zeus
Dono de Zeuz contou que precisou ir viajar e deixou o cão com a mãe, mas o cachorro animou-se com uma cadela que estava no cio e, aparentemente, afastou-se demais de casa e não conseguiu voltar
Augusto, na verdade, é Zeus. O cachorro anunciado como novo membro da família Bolsonaro na segunda-feira (29) já tinha um tutor, para o qual voltou nesta terça-feira (30). Ele foi entregue para Nagib Zeidan, 25, pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e pela primeira-dama, Michelle.
Zeus viveu semanas inusitadas longe de sua casa, na Vila Planalto, em Brasília. Filho de Fifi, cadela da raça Akita, e Beethoven, um maremano, ele vive em uma chácara.
Descrito como “traquinas” por Lilia Lopes, 38, tutora de Fifi que mora no terreno ao lado, Zeus, que nasceu em fevereiro de 2019, construiu uma ficha corrida de respeito, com uma TV roída como troféu. Seu currículo o levou a uma vida mais solta na chácara de Nagib, que trabalhava como frentista antes da pandemia.
Lilia, que é estudante, dona de casa, pintora de paredes, entre outras coisas, diz que os cachorros do bairro são criados assim, com liberdade. Ela afirma que sempre encontra Zeus pelas ruas, assim como os irmãos dele, todos filhos de Fifi e “netos” dela.
No começo de junho, Nagib viajou e deixou Zeus sob os cuidados de sua mãe. O rapaz conta que em sua ausência o cachorro animou-se com uma cadela que estava no cio e, aparentemente, afastou-se demais de casa. Sem saber como voltar, viu-se perdido.
“Esse cachorro é muito inteligente, ele abre a porta sozinho. Ele está na idade de procurar cachorras no cio, é puberdade canina que chama, acho”, afirma Nagib.
Zeus se tornaria uma celebridade virtual semanas depois. Após eventos ainda desconhecidos, o cachorro foi rebatizado como Augusto e passou a morar no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.
“Os funcionários do palácio que o encontraram, mas aí eu não sei o que aconteceu que acabou ficando com a família Bolsonaro. O povo fica doido com ele, porque ele é muito bonito”, diz Nagib.
Michelle Bolsonaro criou um perfil para o cão nas redes sociais, que logo se encheu de seguidores. A primeira-dama se dizia sua mãe, e suas filhas, irmãs do cachorro. O pai, então, seria Jair Bolsonaro.
Procurada pela reportagem para se posicionar sobre uma reportagem a respeito do cachorro, a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) respondeu “não ter interesse na pauta”.
A vida de cão presidencial logo teria fim. Após reportagens sobre o cachorro e publicações nas redes sociais, Nagib viu que Augusto era Zeus. Ele fez contato com o perfil criado para o cachorro e quem respondeu teria sido uma das filhas de Michelle.
Marca distintiva de Zeus, uma mancha preta no focinho foi o que atestou que o rapaz era quem dizia ser.
“Eles viram no meu Instagram as fotos do Zeus e não tiveram dúvida, porque o Zeus tem uma mancha preta no nariz. É a identidade dele”, diz.
Nesta terça-feira, Michelle publicou que ficaria com saudades do cachorro.
Sua “avó”, Lilia, diz que inicialmente ficou dividida com o desfecho, mas depois passou a torcer pelo retorno do cachorro ao bairro.
“Pensei que lá no palácio ele teria uma vida de rei, com tudo do bom e do melhor. Mas cachorro não liga para isso. E longe de lá ele não corre o risco de ser contaminado por essa família de milícia.”
Nagib diz ter uma “dívida eterna” com os Bolsonaros. “Se fosse outra pessoa, meu Deus do céu, não ia encontrar nunca. Eles cuidaram muito bem dele, não fiquei chateado, não”, afirma.
Ele conta que ficou doente e não votou nas últimas eleições, em 2018, mas que gosta de Jair Bolsonaro.
“Eu me identifico com ele porque ele fala o que tem que falar”. Sobre o encontro com o casal presidencial, relata que tirou muitas fotos com Bolsonaro e Michelle.”
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